Ser

externalizando “imperfeições”

Carol Rosa
Revista in-Cômoda
2 min readOct 25, 2020

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Espontaneidade.

Venho perseguindo essa palavra há dias, pois, às vezes, me pergunto onde foi que eu a deixei. Quero encontrá-la novamente e tirá-la do local empoeirado onde a escondi.

Quanto poder nós damos aos outros sobre nossas vidas, nossos corpos, nossos comportamentos? Quantas decisões e atos são medidos por critérios de aceitação alheios?

Recentemente, eu descobri que o único poder que os demais têm sobre mim, é a minha atenção. Quando eu os tiro isso, são só pessoas, às vezes falando ou pensando coisas desagradáveis, mas ainda assim só pessoas. E, sem a minha atenção, estão sozinhas, incomodando-se em incomodar. Que triste sina a delas!

Estou aqui para me desprender dessas amarras invisíveis e me permitir ser livre.

Sempre fui extremamente calculista em cada passo, trejeito, fala, gesto, com medo de parecer estranha, parecer ridícula. Mas quem são estranhos, senão os que se permitem não ser iguais a tudo o que já existe?

A estranheza e a normalidade não são nada além de estatísticas, comparações. Um estranho só é estranho quando comparado a algo. Estranho em relação a que? Normal em relação a quem?

Quero ser a minha melhor versão. Tenho muito o que aprender e desconstruir, mas que esse processo seja inteiramente meu.

Quero ouvir o mundo me ensinando, mas, ao falar, quero que a voz pela minha boca emitida seja apenas a minha.

Quero ter empatia para acolher e abraçar diferentes pessoas, mas que as regras que regem o meu corpo sejam minhas e que minhas vontades sejam livres.

Que eu vista tudo o que me cabe, que eu sinta tudo o que me dói. Que eu me permita estar errada, estar certa, estar desarrumada ou com humor questionável. Mas que eu seja real.

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Carol Rosa
Revista in-Cômoda

Amante da escrita e viciada em buscar novos olhares para o que já foi visto.