Sopro na vela
Está no riso de criança
Ou atado na dualidade que rasga os Lençóis do Maranhão
Nos pés cansados daqueles que desterram na andança
Ou na saudade de um filho que fere o peito de Dona Conceição
Às vezes surge no calor dos ventres das morenas
Outrora viria no cheiro de framboesa da manhã de Bom Retiro
São os segundos que precedem a sentença
E nas lembranças que, de repente, expelem um suspiro
É o abraço no amigo dilacerado
E também o medo de envelhecer
Trocando em miúdos, é a vela do barco
Uma estranha euforia que move a gente a viver
30/07/2023