Uma simples ida ao cinema
Nunca imaginei que pudesse aprender tanto em uma simples ida ao cinema sozinho, mas aprendi e de fato mesmo estou aprendendo.
Sempre ouvi dizer que o processo de amadurecimento pessoal passa por algumas fases que são talhadas por momentos simples e marcantes.
Momentos que passariam batido sem nenhuma relevância podem se tornar marcos que se serão lembrados.
Neste período já saí sozinho para tomar minhas cervejas, fui à praia sozinho, andei de carro sem rumo e até mesmo comprei roupas sozinho.
Mas ainda não tinha ido ao cinema sozinho.
Você, insistente leitor, pode perguntar:
“Mas qual a diferença em ir sozinho ou acompanhado?”
E hoje posso dizer que faz toda a diferença!
Desde a simples escolha do filme, de onde sentar, do que beliscar além da tradicional pipoca, até ao seu ponto de vista único sobre o filme.
Tudo é você quem decide e praticar estas decisões me deu uma autonomia que pensei que ter esquecido em algum dos bolsos da calça.
Você passa a ser você.
Genuinamente você.
Unicamente você.
Não há nada mais construtivo quando você sabe exatamente aquilo que quer e exerce seu poder de escolha soberanamente, mesmo que seja em uma simples sessão de cinema.
Sem democracia alguma envolvida.
Sem querer agradar a alguém além de você.
E assim me dei conta que os únicos sons que emiti foram as risadas em algumas cenas de uma comédia escolhida a dedo.
Consegui prestar atenção a pequenos detalhes que provavelmente acompanhado não chegariam aos meus olhos e ouvidos, seja no filme, no público que o cerca ou mesmo na sala de projeção.
E posso dizer que farei mais vezes para que assim exercite meu poder de escolha e me habitue a me conhecer melhor e a saber o que quero de fato.
Se pararmos para nos perceber nos atamos sempre a aquilo que não queremos e deixamos de lado o que desejamos, muitas vezes por não termos sequer ideia do que queremos.
E que das próximas vezes seja tão interessante que me faça escrever sobre uma simples ida ao cinema.
Texto originalmente escrito em 2012.
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