Velha infância

porque, algumas coisas, são para sempre

Carol Rosa
Revista in-Cômoda
2 min readOct 30, 2020

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O amor é a primeira lição que aprendemos na vida. Independentemente de quais referências nós temos, em algum lugarzinho da nossa existência, ele brota. Às vezes, associado a coisas ruins, às vezes não, mas sempre é chamado pelo mesmo nome.

Ele passa de geração em geração, seguindo crenças, boatos de família, costumes… Mas sempre, de alguma forma, ele nos é ensinado.

Quando somos tocados na infância, quando somos vistos por aqueles a quem amamos, quando somos acolhidos, não estamos só sendo amados. Estamos aprendendo a amar. E um amar que não se volta só para outros, mas para nós mesmos também. Pois, quando somos cuidados, estamos aprendendo sobre como devemos nos cuidar.

É incrível como o que acontece a um serzinho pequeno e frágil, vai moldá-lo para o resto da sua vida. Porque carregamos aquela criança que foi amada (ou não), cuidada (ou não), respeitada (ou não), para sempre.

E, em muitos momentos, vemos que isso não é levado tão a sério como deveria. Creio que as pessoas acreditam que o que a gente não lembra, a gente não sente.

Mas sentimos.

Tudo isso está lá. Na insegurança das relações e relacionamentos, no estresse constante, nos medos “irracionais”, na falta de autoestima e segurança…

Há quem diga que colo demais vicia, que deixar o bebê chorar sozinho por um tempo não faz mal, entre tantas outras coisas absurdas.

Mas se nós, enquanto adultos, vemos claramente o quanto relações de afeto nos deixam melhores, como é bom ter alguém nos apoiando em momentos complicados, o quanto tudo isso nos faz mais fortes. Então, por que um bebê, que é totalmente dependente e não faz nada sem a ajuda de alguém, haveria de se tornar uma pessoa mais confiante e fortalecida sendo deixado sozinho?

Há uma frase que diz mais ou menos assim: Se uma pessoa é alguém na vida, é porque ela foi amada.

E é sobre isso. Exatamente isso.

O amor nunca enfraqueceu ninguém, bem pelo contrário. Mas não devemos aprender isso só depois de adultos.

A gente deve cuidar da semente desde que ela foi plantada e não apenas quando estiver fraca.

Cuide, proteja, acolha. Ame! Deixe o afeto afetar vidas desde que elas estão começando. Assim, as crianças que viverão nesses futuros adultos não precisarão ser curadas.

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Carol Rosa
Revista in-Cômoda

Amante da escrita e viciada em buscar novos olhares para o que já foi visto.