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Vestido com meu amarrotado terno preto

Fabio Pires
Revista in-Cômoda
Published in
2 min readNov 16, 2022

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Meu já antigo e insistente pessimismo é o meu amarrotado terno preto.
Aquele que só indo ao lixo para ser trocado por outro de cores berrantes, vívidas e alegres.
Um dia, quem sabe.

Não saberia hoje determinar a origem do que produzo.
Apenas escrevo e perpetuo meu pensamento na esperança de que alguém, algum dia, em algum lugar se identifique com ele e pense:

“Não sou o único!”.

O par de asas criado a partir de várias ideias isoladas designa o quão longe se pode ir e sem nunca pensar na viagem de volta.
Se isso tudo é verdade ou não, cabe apenas ao escritor saber.
E cabe somente ao leitor interpretar e seguir na proa desta viagem.

Viagem esta que muitas vezes é feita na velocidade de um caça supersônico e em outros na calmaria reinante de uma jangada.
Mesmo assim observo que o ponto final tem sido meu amigo, ainda que em momentos difíceis o costume trocar por vírgulas infindáveis.

Ao tentar abrir estas portas que sei que estão por aqui em algum lugar, descem cascatas de raciocínios infundados e contraditórias constatações.
Mas como também disse certa vez José Castello:

“A literatura surge do luto, do buraco existente nas nossas emoções”.

E este terno preto (pelo visto) nunca voltará ao guarda roupas.

Texto de 2011.
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Fabio Pires
Revista in-Cômoda

Escritor com dois livros lançados, Editor, Redator, Tradutor e escreve na Impérios Sagrados, no Projeto C.O.V.A e na Revista In-Cômoda.