Viagens e Perrengues pelo mundo
Meus amigos argentinos ou confusões em portunhol
Eles vinham para as praias do Brasil há oito anos e falavam quase nada de português. Nos conhecemos como vizinhos de um apartamento alugado em Santa Catarina.
Eu estava aprendendo espanhol e adorei a ideia de treinar com os nativos. A amizade se firmou. Muitas conversas, muito mate — eu chamo de chimarrão, refeições compartilhadas.
Minha amiga Candelária é muito gentil.
- Le gusta ajo? ( gosta de alho?)
O marido começo a querer praticar o português e as confusões começaram.
- Cande, no es así. No diga ajo (pronunciou como aho, que é a pronuncia em espanhol).
Ele caprichou no uso do jota, como nós fazemos.
- Diga ajjjjo.
E repetiu.
- ajjjo.
Olhou para mim, do alto da sua sabedoria, buscando aprovação. Eu fiquei olhando o alho na mão de Cande sem saber o que fazer. A amizade era muito recente para eu corrigir.
Depois apenas balancei a cabeça confirmando que ela poderia usar. E durante todo o almoço evitei pronunciar a palavra para não criar constrangimentos. Mais tarde rimos à beça com meus filhos da aula de portunhol.
Quem sabe quando eu visitar a cidade deles, eles rirão de mim!
Inconstância
Eu caminho pelas ruas de Florença. A primavera, apesar de fria já traz os primeiros turistas e as casas sorriem para as fotos.
As obras em pedra foram esculpidas por mãos hábeis e ágeis e são o registro não dessa habilidade e da agilidade, mas o registro da fragilidade da vida, do tempo que passa e que leva gerações inteiras não importa o quanto poderosas tenham sido. As vaidades ficam registradas ao lado da volatilidade com que seus autores passaram.
(Textos como estes poderão ser lidos no meu próximo livro de crônicas de viagens)
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E aguarde o livro que virá!!!