Lar
Published in
Sep 29, 2021
Por Elisama Nunes.
Almejo uma terra encantada e
sinto-me como peregrina,
deslocada e de pés descalços.
Uso de lugares inventados
para pensar
no lugar ao qual pertenço:
as árvores mágicas de Nárnia,
o céu branco de Malacandra.
Os rios-portais do Bosque entre dois mundos,
o mar de Perelandra.
Retratam em imaginação
aquilo que poderá ser.
E minha alma,
exausta de procurar,
descansa.
E isso desloca meu olhar
para aquilo que merece idealização.
Sonho acordada
não mais com aquis,
mas com lás — Lar.
Sei que olhos não viram,
nem ouvidos ouviram,
então
sonho.