Novo ano, novas histórias

Revista Machado
Revista Machado
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3 min readMar 1, 2021

Edição Nº 01 — Março de 2021

Findou-se um ano caótico e repleto de perdas. A pandemia pegou a todos de surpresa. Mas ninguém imaginara o rastro de sangue que ela deixaria. Milhões de pessoas infectadas por um vírus fatal, o COVID-19. Escritores de ficção científica tiveram alguns vislumbres sobre futuros caóticos. A verdade é que a realidade é mais cruel que a ficção. No entanto, ela nos permite encarar situações adversas com um pouco de desenvoltura e até certa familiaridade. O mundo parou, fechou, viu milhares — milhões — de pessoas infectadas e, infelizmente, mortas em um ritmo acelerado que chocou a todos que possuem o mínimo de empatia, sentimento, compaixão. A esperança perdera a cor, e tudo estava obscuro por causa deste vírus.

Muito se discutiu, também no meio literário, os caminhos — novos, diga-se — a serem trilhados pelos artistas, cineastas, atores, músicos, escritores e como a arte lidaria com o cenário atual. Afinal, não é esta a função da arte? Dar alívio ao homem que já está cansado de uma existência sofrida? Então discutiram histórias que se passassem em plena pandemia, com o objetivo de levar esperança e certa fuga, talvez?, aos homens abatidos por um vírus que arrancou-lhes o que mais lhes eram caros: seus amores, progenitores, amigos, conhecidos, ídolos. Suspiros de alívio aqui e ali, quando o pico da mortalidade havia passado, e a esperança, outrora esquecida, começava a dar o ar de sua graça. Mas outra onda de casos e mortes empurrou-a de vez para aquele cantinho escuro, e assim terminamos o ano de 2020 envoltos numa incerteza sufocante. E o que a literatura pode fazer em tempos como este em que estamos vivendo? Bem, pode trazer alívio, compreensão, alegria, encantamento, até mesmo vislumbres de um futuro trágico, mas fictício; e, claro, esperança.

A Revista Machado nasceu, ou foi sendo germinada, antes mesmo do mundo entrar em uma onda de desesperança tal como vimos. Com o intuito de promover novos escritores — jovens e independentes — a Machado teria, e tem, como função apresentar aos leitores novas histórias. Sejam elas tristes, alegres, realistas, fantásticas, científicas ou de terror. Pois a literatura renova-se a cada dia, e é preciso estar atento ao que se produz pela pena — ou teclado — de homens e mulheres ainda jovens, mas não menos talentosos. Dar voz e espaço a estes escritores — ou aspirantes a escritores — é, de certa forma, dar a esperança de novos rumos e novos leitores, possibilidades infindas que poderão surgir. Porém, a Machado se importa ainda mais com a experiência do leitor. Quer proporcionar a eles literatura boa, que passada pelo crivo do editor, estará pronta para voar e alcançar novos horizontes, perspectivas e interpretações.

Além das histórias que vão desvelar para os leitores os diversos brasis, teremos poemas, crônicas, ensaios, críticas de livros, animes já nesta primeira edição. A Machado está pronta para penetrar na consciência de cada leitor, golpeando o que ainda está inflexível e obsoleto, para dar espaço a novos ares e imaginações. Queremos que os leitores vejam o mundo com um outro olhar, mais aguçado e revigorado, e perceba que ainda há vislumbres da graça aqui e acolá, dando vida e restaurando, mesmo que pouquinho a pouquinho, o que um dia fora aquele Jardim.

Nossa imaginação está cativa à Cristo, e o conteúdo desta e das próximas edições refletirá isto. Que este ano possa ser restaurador e que a esperança encontre lugar no coração de cada um, permitindo, assim, crer que o amanhã há de ser melhor que o hoje — e que o futuro não é incerto. Pois no fim do caminho, há a esperança. E novas histórias.

Editor: Allenylson Ferreira.

Colaboram nesta edição: Gabriel Rodrigues (Conto); Giovanna Lo Iacono (Crítica); Allan Rodrigues Bento (Crônica); Roberto da Paixão (Poesia); Vitor Conrado (Música); Ioná Nunes (Crônica); Diansambo Masembo (Ensaio).

Revisão: Jéssica Rangel; Carlos Parra.

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