editorial: Maquiavel — maio-junho/2017

N. Oliveira
revista Maquiavel
Published in
2 min readNov 28, 2018

Os criadores da série de TV House of Cards, ficção ambientada nos bastidores da política americana, reagiram com humor, no Twitter, sobre os recentes desdobramentos da crise política brasileira: “tá difícil competir” (assim mesmo, em português!). Já quem se dedica à análise política, diante do turbilhão de acontecimentos dos últimos dois meses, também tem motivos para dizer: tá ficando difícil acompanhar também!

A segunda edição de Maquiavel chega junto com o inverno de ventos frios e clima incerto. Quem é capaz de prever o cenário do País para os próximos meses, ou mesmo semanas? Já não podemos fazer previsões, apenas apostas. Para 2018, o PSDB pode apostar suas fichas em Dória, o Antipolítico, tema do artigo de N. Oliveira.

Na análise de Monica Marques, a crise da nossa Democracia de Mercado não se resolve com um mero rearranjo dos personagens envolvidos. Pouco adianta trocar as peças do tabuleiro se as regras do jogo não forem revistas.

Duanne Ribeiro foi às ruas para ouvir Cinco Depoimentos do Protesto #foraTemer, realizado logo após a revelação do diálogo comprometedor entre o presidente da República e o empresário Joesley Batista. Além dos manifestantes, Duanne entrevistou também Max Gimenes, mestrando em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo que está concluindo sua dissertação sobre Antonio Candido, um dos pioneiros do Socialismo Democrático no Brasil, que faleceu recentemente.

Os escândalos sem fim parecem ter nos levado a um quadro de apatia, maior até que de revolta. Refletir e debater sobre a Política, em cenários tão sombrios, torna-se exaustivo e frustrante. Todavia, não existe saída para a crise fora da própria Política. E se os que lucram com a politicagem e a corrupção nunca vão desistir da Política, não podemos nos dar ao luxo de desistir dela.

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