Apresentando: Revista Mar Aberto
Autoconhecimento, Autocompaixão, Comunicação Não-Violenta e Inteligência Emocional
“Não sei como pareço aos olhos do mundo, mas eu mesmo vejo-me como um pobre garoto que brincava na praia e se divertia em encontrar uma pedrinha mais lisa uma vez por outra, ou uma concha mais bonita do que de costume, enquanto o grande oceano da verdade se estendia totalmente inexplorado diante de mim.”
Sir Isaac Newton
Falamos tanto sobre ser quem somos… mas o que isso significa?
Se nos imaginarmos como um mar aberto, o que está visível e o que está invisível para nós mesmos e para as pessoas com quem nos relacionamos?
O que existe nas profundezas do nosso ser que é desconhecido e inexplorado?
A Revista Mar Aberto surgiu a partir de um processo orgânico de troca, apoio e confiança de um grupo de aproximadamente quinze pessoas, que mantém vivas a conexão, a entrega e a energia que nasceram na comunidade do Desafio de 21 Dias de Autoconhecimento, criada por André Camargo em junho de 2020.
Comunidade?
Estamos na fase de construção e fortalecimento de um espaço seguro, sagrado e de conexão, de um círculo de confiança, de uma comunidade de prática dos conteúdos que abordamos nas nossas rodas de fogueira semanais na beira da praia do Zoom, e no grupo fechado do Telegram, que se fortalece a cada encontro, desafio e desabafo.
Não temos margens muito bem definidas e isso nos permite expressar livremente quem somos, a nossa essência e o que quer emergir das profundezas do desconhecido e inexplorado.
Abordamos principalmente no nosso campo:
- autoconhecimento;
- autocompaixão;
- comunicação não violenta (CNV);
- inteligência emocional;
- assertividade; etc.
Tudo conectado!
O que consideramos importante para fortalecermos nossa comunidade e revista
- senso de propósito compartilhado;
- necessidade de pertencimento e acolhimento;
- nomeação e validação de sentimentos;
- expressão das próprias luzes e sombras;
- comunicação das necessidades pessoais;
- abertura para aprendizado e evolução individual e coletiva;
- receber apoio e apoiar (sem jeito certo de contribuir);
- sentir-se livre de obrigação (a não ser do cuidado amoroso com o que é confiado entre nós);
- permitir a si mesm@ e aos demais nos sentirmos incomodados e dar voz a esse incômodo, sendo um canal de expressão do campo;
- sustentar o desconforto e o incômodo a partir de um lugar de humildade (que reconhece que a convivência humana é difícil mesmo);
- reconhecer que a viagem é mais importante que o destino.
Por que estamos aqui?
Ao tentarmos criar e nutrir relações entre adultos livres e responsáveis, nos tornamos multiplicadores de autoconhecimento, inteligência emocional e não-violência. Na prática, com cansaço, incômodo e irritação, não na teoria limpinha.
Estamos aqui porque:
- temos a consciência da força de uma comunidade de prática;
- compartilhamos o sonho ousado de transformar o mundo a partir dos nossos próprios talentos e paixões, começando por nós mesm@s — pelo processo de autoconhecimento e lucidez existencial;
- queremos combater o desperdício de potencial, de sonhos, talentos e paixões, sendo um laboratório e uma incubadora do mundo em que gostaríamos de viver.
Por que “Mar Aberto”?
O Mar é água, é a maior parte deste planeta.
É a origem, onde tudo começou.
Cada riacho, cada nuvem, cada gota de chuva, tudo volta para ele.
De uma forma ou de outra, todos os seres vivos precisam do mar.
“Ouça a gota d’água… Entregue-se sem arrependimentos e em troca, receberás o oceano. Entregue-se de bom grado e, no grande oceano, estarás em segurança”
Rumi
Para expressar melhor o significado deste nome que surgiu de um processo coletivo criativo, compartilhamos em nossa comunidade duas provocações:
1. Quando você pensa em “mar aberto”, qual a primeira coisa que vem à sua cabeça? Quais sensações essa “coisa” te traz?
2. Como você vê a relação do “mar aberto” com o processo de autoconhecimento?
Aqui o que brotou:
Quando você pensa em “mar aberto”, qual a primeira coisa que vem à sua cabeça? Quais sensações essa “coisa” te traz?
- Liberdade… liberdade de Ser simplesmente o que se é
- Universo das infinitas possibilidades
- Natureza humana conectada aos ritmos cíclicos
- Constante oscilação entre quietude e movimento
- Sensação boa de inspiração, desafio e movimento
- Sensação de frescor, de novidade, de experimentação, de mergulho no desconhecido
- Sinto-me pequena, perdida, mas ao mesmo tempo com uma vontade inexplicável de explorar, fazer parte da grandeza
- Imensidão
- A gota que dissolve no mar
- Profundidade
- Infinitude
- Expansão
- Natureza
- Horizonte
- Magnificência
- Beleza
- Vida
- Tranquilidade
- Cura
- Surpresas
- Potencial
- Aventura
- Coragem
- Revolto
- Medo
- Insegurança
- Enxergar ao longe
- Correr
- Nadar, nadar e nadar
- Ser sempre acolhida
- O que seria do pescador, não fosse o mar? Esse, que lhe acolhe, lhe dá o sustento, lhe desafia? O que seria do pescador se o mar fosse sempre o mesmo, tudo igual, sem desafios? Certamente não seria necessária a coragem para enfrentar o desconhecido. Não seria necessário reconhecer os próprios medos, vivenciar os altos e baixos, tempestades e calmaria, não seria tão gratificante voltar para casa. O mar, esse que pode parecer tão gentil e bonito, também se faz turbulento e bravio. Mas essa é a vida do pescador. O mar é sua segunda casa e sua vida pulsa no mar. Sem ele, nada faria sentido.
Como você vê a relação do “mar aberto” com o processo de autoconhecimento?
“É preciso estar aberto para se adaptar a um momento intenso de transformações como esse que estamos vivendo. Com abertura, desbravamos o desconhecido de mãos dadas com o medo. Com abertura, encaramos conflitos como oportunidade de crescimento. Abrir-se é apresentar-se vulnerável, e cocriar com a abertura dos outros!”
Ariadne, Araraquara
“Mar aberto pra mim é essa infinita dualidade entre medo e paz, calmaria e desafio, vida e apreensão, onde estamos sempre aprendendo, buscando a melhor versão de nós mesmos e equilíbrio na navegação.”
Jaqueline, Caxias do Sul
“Mar me remete à vida com todas as suas infinitas possibilidades. É gigante e às vezes ameaçador, mas também acolhe. Leva embora o velho e traz o novo, bagunça, mexe e remexe, mas quem estiver atento vai aproveitar para nadar, surfar ou até mesmo boiar. Não é isso o que fazemos no nosso processo de autoconhecimento?”
Mariana, Rio de Janeiro
“Tive a impressão de que as palavras que me vieram na questão anterior (revolto, medo, desconhecido, insegurança, beleza, vida, infinitude, profundidade, mergulho), depois que reli, todas tinham muita relação com o processo de autoconhecimento. Muitos de nós temos sentimentos ou reações emocionais a fatos da vida que são revoltas e incontroláveis, porque desconhecemos muitas camadas de nós mesmos e, no geral, nunca fomos apresentados à importância de conhecê-las. Foram bastante relegadas a segundo plano. Por ser essa coisa desconhecida e incontrolável, temos medo de entrar nesse mar aberto. No máximo, molhamos os pezinhos na costa. Nos sentimos inseguros, não sabemos o que tem na infinitude lá embaixo. Será que vamos gostar do que vamos ver? Será que vamos saber lidar? E se não conseguirmos voltar à tona depois de mergulhar? Mas, nessa profundidade desconhecida, também há beleza e vida inexploradas, que poderemos aprender a canalizar e aplicar com potencial à nossa vida consciente se nos decidirmos por fazer a viagem, desde que com todo o cuidado que uma expedição dessa monta exige.”
-Nathália, Recife
“A atração para o desconhecido, a liberdade de se atirar na aventura da vida, dissolver-se na infinitude. Encantar-se com as descobertas, com as próprias superações e capacidades. Pensei no filme “As aventuras de Pi” e nas histórias que nos contamos e em que escolhemos acreditar.”
Rose, São Paulo
“Viver é navegar em mar aberto: ou somos levados ao sabor do vento ou pegamos o leme e decidimos que direção tomar. Em ambos os casos passaremos pela vida, mas só no segundo teremos a satisfação de dizer que fomos aonde bem quisemos e conhecemos bem cada etapa do caminho. Assim nada terá sido em vão.”
Fernanda, Sorocaba
“Ligado ao continente e ao oceano, o mar aberto simboliza para mim a dinâmica da vida no seu ir e vir… no levar e no trazer. Expressa poeticamente os ciclos, as transformações… a impermanência e a continuidade da vida. Me desafia, ao espelhar todo o seu mistério, à exploração das profundezas inexploradas das minhas emoções e sentimentos. E me faz voltar a sentir o que em mim pulsa e, num respiro único, abraçar a vida em plenitude.”
Sol, Toronto
“A água simboliza o inconsciente e os sentimentos. Penso no vento no rosto, mas também nas correntes invisíveis que tudo carregam. E na profundidade escura, imóvel, inalcançável que sustenta todo o resto.”
André, Sorocaba
“Como um mentor, o mar me ajuda a explorar e entender a melhor e pior versão de mim. Me encoraja a expressar minhas vulnerabilidades, a manifestar as minhas sombras sem medo do julgamento, a celebrar minha humanidade! No mar, eu sempre tomei as decisões mais importantes da minha vida. Ele me acalma, conforta, energiza, cura e equilibra. É meu divã!”
-Vanessa, Rio de Janeiro
Descobrimos que o autoconhecimento é um mar aberto sem limites.
E você? O que o mar aberto representa para você?
O que você já conhece a respeito dos temas:
+ autoconhecimento;
+ autocompaixão;
+ comunicação não violenta (CNV); e
+ inteligência emocional?
Que dúvidas ou curiosidades você tem? Conta pra gente!