Ficar longe das drogas é ficar de boa

Iara Freitas
Revista Plural
Published in
3 min readDec 5, 2017

É indiscutível que a faculdade é uma época de experimentação para muitas pessoas, em todos os sentidos. A liberdade repentina pode trazer situações novas e é preciso ter consciência de como lidar com elas. Os jovens, recém chegados na maioridade e na cidade universitária, podem acabar indo para caminhos espinhosos, então é importante e necessário terem uma boa orientação.

Esse contexto de entrada na universidade representa oportunidades não apenas profissionais, mas também relacionais. Alguns aspectos dessa nova vida podem ser preocupantes, mas não deviam se tornar um fardo, como a transição da adolescência para a idade adulta, adaptação à vida acadêmica, distanciamento da família e ingresso em uma nova rede social. Muitas vezes, esses acontecimentos acabam levando os adolescentes ao limite, eclodindo vários transtornos mentais, com destaque para quadros ansiosos, depressivos e até psicóticos (veja aqui nosso guia para não pirar com o fim do período).

Todo esse contexto preocupante pode levar os estudantes ao perigoso mundo das drogas. Sejam elas naturais ou sintéticas, todas trazem algum tipo de mal, principalmente se consumidas em maior quantidade. É importante lembrar que álcool, ansiolíticos e remédios em geral também são drogas, porém elas tem regulamentação para serem vendidas. O uso de drogas entre universitários está geralmente relacionado a uma série de consequências, entre elas má qualidade do sono, falta de atenção, atrasos e faltas nas aulas, gerando prejuízo nas atividades acadêmicas, além de acidentes automobilísticos e violência. De acordo um levantamento de 2005, 48,7% dos estudantes universitários já usou drogas ilícitas, enquanto na população brasileira em geral, o índice é de 22,8%.

Wilson Gomide, fundador e coordenador da Comunidade Terapêutica Vida Nova

Segundo Wilson Gomide, fundador e coordenador da Comunidade Terapêutica Vida Nova, que atende pessoas com dependência química e alcoólica, o primeiro passo para se livrar de uma dependência é reconhecer que tem um problema e querer sair dele. Ele próprio já foi usuário e se reabilitou após um período numa clínica. Ele diz também que “uma das maiores dificuldades é o meio familiar, onde os próprios membros da família se tornam codepentes dessa situação”, então é fundamental ter o apoio de pessoas que cercam o indivíduo.

Além disso, ele dá sua opinião. — “É importante não se manter ocioso para evitar o reingresso no uso da droga. Mas para isso o meio social deve ser uma boa influência. Cada municípios deve ter políticas voltadas para amparar essas pessoas, até porque o sistema carcerário não ajuda, já que não reabilita o usuário, já que não tem um tratamento específico”.

Toda esta gama de aspectos continua valendo quando o assunto se volta para a discussão do uso de drogas em um contexto particularmente universitário. Mas qual seria o papel da Universidade na abordagem do tema? Cabe à ela ter espaços propícios ao debate, que promovam iniciativas preventivas, tornando a própria faculdade um ambiente protetivo, que estimule a qualidade de vida, as alternativas de lazer, o sentimento de pertencimento e também cuide da divulgação de informação sobre riscos associados ao uso de substâncias entorpecentes, permitindo uma reflexão clara sobre as escolhas.

A própria UFV tem programas de assistência e acolhimento aos estudantes, como a Campanha Março de Boa!, que estimula o aluno a se exercitar, interagir com colegas e conhecer melhor a si mesmo. Esse programa tem o intuito de orientar os jovens a não resumir sua diversão ao uso de álcool e outras drogas. Fora isso, a universidade conta com plantões de atendimento psicológico e social na Divisão Psicossocial de segunda à sexta, onde acontecem os encaminhamentos e orientações acerca dos recursos que os estudantes tem direito. Não limite sua vida à sensação de entorpecimento, escolha intervir pela sua saúde, física e mental!

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