Debate sobre o negro na Universidade é realizado em comemoração ao Dia da Consciência Negra
Na segunda-feira, dia 20 de novembro, foi comemorado o dia da consciência negra no Brasil. Aqui em Viçosa a Seção Sindical dos Docentes (Aspuv) promoveu um debate que abordou questões como o negro na universidade e a luta antirracista. O evento, mesmo sendo aberto ao público, tinha como público-alvo os professores da UFV. Apesar disso, houve maior adesão dos alunos.
“A universidade não é composta só de alunos, mas também de professores e funcionários técnico-administrativos” — Sales Augusto dos Santos, professor de ciências sociais da UFV
A mesa foi composta por dois professores: Sales Augusto dos Santos do Departamento de Ciências Sociais da UFV e Paulino Cardoso, da Universidade de Santa Catarina (UDESC), especialista em História afrodescendente. Os docentes trataram sobre temas como a luta antirracista, experiência democrática no Brasil contemporâneo e a consciência negra na universidade.
O evento teve início com a fala da presidente da Aspuv, Sylvia Franceschini, que comentou a relevância de debates sobre o tema. Em seguida, a diretora de comunicação da Aspuv, Ivonete Lopes, apresentou os convidados e se deu início ao debate.
O primeiro a se apresentar foi o professor Sales. Durante sua fala discutiu sobre a democracia na universidade e explicou sobre o racismo institucional, quando uma instituição não cumpre com sua obrigação de impedir que grupos raciais dentro da universidade sejam discriminados.
O professor Paulino esclareceu sobre as atuais medidas do governo contra a população, que prejudicaram as camadas de menos poder, como os negros. Segundo ele, dentro da academia, é imprescindível que os estudantes quebrem os paradigmas, principalmente com professores racistas. A resposta a esses professores vem de forma acadêmica, com notas e projetos.
Ivonete da Silva Lopes, ressaltou como a universidade não vêm cumprindo com algumas legislações prescritas. Ela cita como exemplo a lei nº 11.645/2008, que exige disciplinas no currículo que debatam sobre questões étnico-raciais. Esta articulação seria um complemento da discussão apresentada pelo professor Sales.
“Nós precisamos rediscutir isso [o racismo institucional] e aprofundar essa discussão para que a universidade passe de fato a cumprir o que a legislação determina” — Ivonete Lopes, diretora de comunicação da Aspuv
Esse tipo de evento evidencializa como é importante existir um movimento de luta para que todos tenham acesso ao ensino. Além de ser possível adentrar a universidade é necessário que as minorias não sofram com preconceito e nem tenham um tratamento diferenciado durante o curso.