Oferecer conteúdo com história e cultura afro-brasileira é lei
Sancionada em 2008, a lei n° 11.645 adicionou às diretrizes e bases da educação nacional a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” ao longo de todo o currículo escolar.
A lei estabelece que, desde o ensino fundamental, sejam incluídos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir de grupos étnicos que compõem a diversidade do país. Assim, deve-se contemplar a história da África e seus povos, a luta dos negros e indígenas brasileiros e a sua formação na sociedade nacional.
O professor de Ciências Sociais da UFV, Sales Augusto dos Santos, no evento Apsuv debate: dia da consciência negra comentou sobre a lei, enfatizando que a medida é uma forma de recepcionar os estudantes negros. “Com esses estudos, os estudantes negros são integrados nas discussões, há sentimento de pertencimento ao grupo, assim se sentem representados na universidade”. Ele também lembra que, além disso, a história e cultura brasileira são compostas por diversas culturas africanas, mas que às vezes são esquecidas em algumas matrizes curriculares.
HISTÓRICO
É bom lembrar também que o acesso de estudantes negros nas universidades aumentou. O percentual de jovens negros, entre 18 e 24 anos, nas universidades passou de 5,5% em 2005 para 12,8% em 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apesar do avanço, o número ainda é baixo, comparado com os 26,5% de jovens brancos ingressados nos cursos de ensino superior.
Quando analisamos em professores negros, os números ainda são mais desiguais. No ano passado, o cientista social Flávio Conceição apresentou na UFV a pesquisa “Docentes negros e negras no ‘mundo’ dos homens brancos. O estudo revelou que menos de 2% dos professores negros de graduação da UFV são negros, e cerca de 6% pardos.
