Oficinas discutem técnicas e formas de inclusão

Miriam Lima
Revista Plural
Published in
4 min readSep 5, 2017
Em workshop, pessoas sentadas em roda aprendem um pouco mais sobre a segunda língua oficial do país, a Libras. (Foto: Míriam Lima)
Ouça a versão adaptada em áudio do texto a seguir.

Entre os dias 29 de agosto a 1 de setembro de 2017, ocorreu a I Semana de Acessibilidade e Inclusão da UFV. Semana esta que promoveu ações e debates sobre as formas de inclusão, acesso, ensino e permanência de estudantes portadores de necessidades especiais dentro da universidade. Durante os dias do evento aconteceram diversos workshops, que tiveram como intuito apresentar e esclarecer as mais diversas formas de acessibilidade ao público. No dia 31, às 14 horas, foram desenvolvidos três workshops, sendo eles voltados à libras, ao braile e à relação com as crianças com algum tipo de deficiência.

Curso básico de Libras envolve participantes com atividades e dinâmicas em grupo

Professora do curso de Letras auxilia na interpretação para participantes surdos (Foto: Míriam Lima)

Com o intuito de expandir o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), foi oferecido, na I Semana de Acessibilidade, o workshop Libras Básico. Realizado na sala 6 do CEE, a oficina foi ministrada pelas professoras Beatriz Magdaleno e Driele Parma, do curso de libras da UFV, o Celib. O curso contou com a participação de 22 pessoas.

Inicialmente, foram apresentados alguns mitos e crenças em relação aos surdos, mudos e à linguagem de sinais, como por exemplo em relação ao processo de oralização de surdos e as diferenciações entre um surdo ou um mudo. Para Beatriz Magdaleno, ministrante do workshop, “Cursos como esse são importantes, pois promovem uma maior inserção, inclusão das pessoas na sociedade”.

Posteriormente, foram realizadas duas dinâmicas. A primeira foi feita em dupla, e tinha como objetivo abordar a importância das expressões faciais na hora de utilizar a libras. A segunda dinâmica envolveu uma brincadeira conhecida popularmente como “telefone sem fio”, onde foi organizada uma fila na qual os participantes passaram um para o outro uma frase em libras e, no final, a última pessoa deveria apresentar essa frase corretamente.

Além disso, também foi trabalhado o alfabeto e o ensinamento do nome de cada participante em libras. Maria Lucy, participante do workshop, conta que foi muito prazeroso participar do curso, pois os métodos utilizados de forma de dinâmica facilitaram o aprendizado.

Braile: Inclusão e Autonomia Para o Deficiente Visual

A ministrante Alzira Coelho apresenta as principais formas de escrita através do braile. Na imagem, ela aparece ao lado de uma máquina Braille Perkins azul (Foto: Tiago Sacramento)

O workshop de Oficina de Braile também ocorreu na quinta-feira, dia 31 de agosto, às 14h, e contou com a participação de cerca de 20 pessoas. Ministrado por Alzira Coelho, professora aposentada, especializada em deficiência visual, o curso focou em uma breve iniciação em leitura e escrita no sistema braile.

Alzira apresentou o alfabeto em braile: nele cada caractere é composto por um conjunto de seis pontos, estes se separavam em duas fileiras verticais de três pontos cada. A combinação de pontos em alto relevo corresponde a uma letra ou número.

Foram mostrados também diferentes instrumentos utilizados na aprendizagem do sistema de escrita, com bolas e círculos de papel EVA destacáveis. Também foi apresentada uma máquina de escrever em braile e o soroban (calculadora para pessoas com deficiência visual). Para a prática dos presentes, foram entregues regletes, pranchetas usadas para se escrever no sistema de escrita, e uma folha com o alfabeto nos signos em braile.

Em entrevista à Plural, Alzira lembra que sua motivação para aprender e ensinar braile veio de um aluno deficiente visual, na época com 7 anos. Ele dizia que queria “aprender a ver”. Alzira ressalta a importância do braile como forma de inclusão e valorização do portador de necessidades especiais, proporcionando às pessoas com deficiência visual o acesso à informação e maior autonomia.

Workshop auxilia em novas visões de enfrentar o mundo

Crianças em roda seguram um jogo lúdico que auxilia no aprendizado (Foto: Edson Guambe)

O workshop Vencer desafios e enfrentar o mundo com o corpo sensível ocorreu na quinta-feira, dia 31 de agosto, às 14h, e foi ministrado pela professora do Departamento de Dança Evanize Ramarco. A oficina contou com a presença de estudantes do 4° período do curso de Dança e crianças com deficiência provenientes da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).

A atividade teve como objetivo verificar as potencialidades das crianças, sua criatividade e coordenação motora. Os alunos dividiram-se em duplas, e cada grupo era responsável pela assistência a uma criança, brincando com as mesmas de forma que elas se sentissem felizes e acolhidas pelos alunos.

A professora Evanize afirmou que para que a criança possa superar certas dificuldades, principalmente no caso do autismo, é necessário bastante afeto, carinho e sobretudo paciência. Evanize Ramarco ministra também a disciplina Dança e Educação Especial, que trabalha questões ligadas ao desenvolvimento infantil a partir de técnicas específicas para crianças com necessidades especiais. A matéria ocorre nas terças e quintas das 14:00 às 15:00 no Departamento de Dança.

Por Míriam Lima, Tiago Sacramento e Edson Guambe

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