Projeto “Surdo Cidadão” completa 10 anos de minicursos dedicados à inclusão dos surdos
O projeto do Departamento de Matemática da UFV realiza semestralmente minicursos e palestras promovendo a acessibilidade para a comunidade surda.
O Projeto de Extensão “Surdo Cidadão” completa este ano 10 anos de atividades. Desde 2007, a iniciativa tem como objetivo atender os alunos com deficiência auditiva que não possuam uma base educacional bem estruturada. Isso ocorre porque as dificuldades enfrentadas por eles no Ensino Público Básico podem dificultar o desenvolvimento no Ensino Superior. Além disso, o projeto busca divulgar a língua de sinais, a fim de auxiliar na inclusão da comunidade surda. O projeto auxilia a superar desafios relacionados à falta de assistência na relação entre intérprete, estudante e professor e a pouca divulgação da língua de sinais (LIBRAS).
O “Surdo Cidadão” acontece por meio de minicursos realizados em todos os períodos dentro da Universidade Federal de Viçosa e é aberto a todos os públicos, sejam eles relacionados ou não à UFV. Além disso, o projeto oferece aulas semanais para alunos com limitações auditivas que já encerraram ou ainda cursam o Ensino Médio, com auxílio didático de Matemática e Ciências da Natureza, com foco na Química. Além disso, as aulas são ministradas tanto na Língua Portuguesa, quanto na Língua de Sinais.
Atualmente, os organizadores têm como um novo objetivo divulgar ainda mais o Projeto e a Língua de Sinais para auxiliar na inclusão dessa comunidade de alunos. Segundo o bolsista do projeto Kevin Pereira, a ideia é realizar também palestras para os alunos do Campus para atraí-los a fazer parte das atividades. “A gente sempre pensa como melhorar. Queremos alcançar mais alunos nas nossas aulas semanais e ver esses alunos entrando né, porque muito deles têm o sonho de entrar na universidade aqui mesmo. Então a gente pretende favorecer essa entrada com a nossa ajuda.”
Rafael Braz é estudante de Ciências da Computação da UFV e já participou dos minicursos oferecidos pelo projeto. Ele afirma que esse trabalho é importante para gerar uma maior inclusão social dos surdos e dos mudos em unidades acadêmica. “Participar da oficina me deu uma nova visão sobre a vida dessas pessoas e me ajudou a entender como me portar perante elas. Diria que se essa pessoa quer conhecer mais do que se vê por ai sobre libras e linguagens afins, a oficina é um ótimo começo, com professores que se dedicam a te mostrar como funciona e desmistificar algumas noções que temos sobre a língua de sinais.”
A professora do Departamento de Matemática Cristiane Botelho é a orientadora do programa e aponta a importância dos voluntários para a manutenção do projeto. “Todos as pessoas que quiserem ajudar são bem vindas, isso permite a continuidade do projeto. Quem tiver interesse em aprender mais sobre essa língua é só entrar em contato e poderá auxiliar nas atividades “.
Conheça um pouco mais sobre o Projeto no site do “Surdo Cidadão” e na página do Facebook .
Por Míriam Lima e Alana Lanza
