A Criação Indevida

Daniela Dorna Ferro
Plus Ultra Revista
Published in
4 min readDec 28, 2019

Trecho do livro: “Epopéia dos Agentes da Vida Universal” –

Capítulo — A Criação Indevida

A partir de uma determinada “ Periferia do Paraíso” , ou seja, na Periferia de um dos níveis abaixo da espiritualidade Superior, devido a uma doença denominada “impulso mental incontrolável”, uma Divindade resolveu expelir da sua mente uma “Singularidade” da qual surgiria mais um universo criado, que também deveria homenagear a Deidade, o Pai-Mãe Amantíssimo, o “Deus Verdadeiro”.

As Coirmãs dessa Divindade que estava sofrendo a “doença do impulso nervoso”, se consorciaram com ela, tentando apaziguá-la dentro de uma corrente mental, mas como seu ímpeto era incontrolável, e diante da inevitabilidade da sua expressão Kundalínica expelir de si o “Projeto Mental” que havia idealizado, coube apenas às demais Divindades Cocriadoras contribuírem com o “Processo da Criação Imperfeita”.

Em cada microssegundo do tempo mental da Divindade “doente”, foi saindo da sua mente, compondo as “ferramentas” que terminaram por dar estrutura ao “universo material” em que vivemos.

Um “Colegiado de Divindades” se irmanaram perante um dos seus Membros, que em passando por um estranho “processo de instabilidade”, inevitavelmente expeliria um “Modelo de Universo” através de sua energia Kundalinica. A partir desse “Modelo” surgiram algumas faixas de realidade, pois que ele pretendia “homenagear” a Deidade. Contudo, ele não pôde finalizar a Obra, e por isso a sua Criação ficou “imperfeita” (conforme relatos de mentores espirituais)

Essa Criação “inusitada” é indevida porque Prabrajna gerou, de modo inapropriado, uma Obra “não finalizada” e sem “alicerce definitivo”, que apresentou “germinação cancerosa” — então desconhecida para a Espiritualidade — e incapacidade de remediação.

Antes da Criação deste Universo já existia a Espiritualidade Superior com seu Setores Operacionais, além dos Estágios Laboratoriais nos quais incontáveis modelos de universos foram adrede gerados.

Este nosso Universo faz parte da criação que Prabrajna expeliu numa “sala de reunião”, em Perpérium, um dos níveis da Espiritualidade Laboratorial. O interessante é que, por mais que observemos todo esse imenso universo, ele não é maior do que essa tal “sala” — ainda que quem esteja dentro dele veja uma imensidão sem limites e que segue se expandindo, porém mesmo assim ele continua sendo um “pontinho” dentro da tal “sala de reunião”

O grande problema é que quem está fora desta Criação já não pode mais interferir nela — a não ser que passe a fazer parte dela de algum modo.

Existe uma versão contada pelo Ser-Criador “caído”, em que ele afirma que foi enganado pelas outras Divindades na ocasião da “reunião” em Perpérium, pois elas não lhe teriam dito que seria daquele modo, quando ele se sentiu tão mal e foi tão violentamente ultrajado durante aquela “operação magnética”. Ele também diz que, por grandeza de atitude, já que não chegava a um acordo com Mavatna, resolveu assumir o problema ao usar toda a sua energia para dominar a “Corrente Mental” formada pelas demais Divindades, conseguindo absorver e depois expelir totalmente a Idéia, sendo portanto o responsável por sua Obra, ainda que nela tenha “capido”. Ele ainda reclamou que os outros o responsabilizaram pelo “Processo Criativo”, largando violentamente o “Consórcio Mental” no momento da criação, o que resultou na sua “queda” para dentro da Obra — o fato é que o Criador foi “sugado” pela própria Criação e , segundo ele, porque as demais Divindades o “empurraram”.

Por questões de índole moral da sua anterior condição de Ser Adhyatman, e se sentindo responsável pelo problema, ele alega que resolveu “mergulhar”, pois concluiu que não conseguiria corrigir e complementar aquela Criação ficando do lado de fora dela — assim, estando mergulhado em sua Obra, ele tentaria fazer o que lhe fosse possível, por nela existir, e que não pôde realizar na sua condição anterior, como Prabrajna. Ele se justificou afirmando que não pôde “mergulhar” conforme pretendia, pois foi “empurrado”, e daí a eclosão de todos os problemas que nele vieram a surgir e, por decorrência, em todos os seres gerados a partir de seu código definidor de vida.

Entretanto, há uma outra versão que explica que, quando uma Divindade gera uma Obra da “padrão dependente”, o “ cordão umbilical” entre o Criador e sua Criação é tão indissolúvel que ou ele manda nela ou o inverso se torna real, pois a Criação é que passa a comandar o processo, inclusive fazendo do Criador o seu “refém”.

Esta Criação de Prabrajna é puro “vexame existencial”, a coisa mais absurda que poderia ter acontecido, e que não deveria existir. Ela constitui algo absolutamente impensável, imprevisto e improvável para os padrões Adhytman — e mais ainda para os padrçoes da Esipirtualidade Superior.

A execução desta Criação, ou por acidente ou incidente, terminou gerando uma “divisão mental” entre Seres que jamais haviam se separado até então . Na coexistência constante dos 43 Pashvnaj eles viviam interligados operativamente.

A Deidade, por ser só “Amor” — Ela não é o que os humanos terrestres estão acostumados a acreditar, pois deu a Liberdade a Seres Incompletos, e não castiga nem privilegia — não impediu esta Criação. Entretanto, através do livre arbítrio, cada um vai acionando os mecanismos das próprias leis de “causa e efeito” ou de “ação e reação, de acordo com as opções que resolve abraçar. Contudo, o que gerado está, passa a existir até que seus circuitos permitam a sua sustentabilidade. Quem criou é que pode interferir na Obra, pois a Deidade, o Ser Real, Incognoscível, jamais o faz!

Se isso é agradável de saber ou não, é uma outra história.

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