A salsa cubana do negro oriental

A vida do traficante negro de olhos puxados que flertava com cinema, literatura e Zapata

Yuri Eiras
Revista Poleiro

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Por Yuri Eiras

Com a mesma rapidez que chegavam, as edições do livro “Abusado — O Dono do Morro Dona Marta” saíam, vendidas, das prateleiras das livrarias. A obra do jornalista Caco Barcellos satisfez aqueles que buscavam um romance sobre os líderes do crime organizado do Rio de Janeiro. Mas exatamente dois meses após o lançamento, o protagonista da história foi encontrado morto em uma caçamba de lixo no pátio do Complexo Penitenciário de Bangu, onde cumpria uma pena de 42 anos. Aquele homem era Marcinho VP, chefe do tráfico na favela de Botafogo.

O cineasta Eduardo Coutinho subiu as escadarias do morro Dona Marta em 1987 para gravar seu novo documentário. “Santa Marta — Duas semanas no morro” explorava, em 54 minutos, o cotidiano da favela na década de 1980. Coutinho escolheu um ano infeliz para aqueles moradores, que conviviam diariamente com uma das maiores guerras por disputa de territórios já vistas naquele morro. O ex-policial militar Zaca (agora assaltante) comandava a favela apoiado pelos outros moradores nordestinos, como ele. Do outro lado estava Cabeludo, líder de uma família tradicional de traficantes que tentava reconquistar seu espaço. No meio de tudo, pelos becos estreitos da favela, Coutinho e sua equipe procuravam adolescentes e suas opiniões sobre a realidade e o futuro do morro. Entre esses jovens estava Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, na época apenas um jovem morador.

Na gravação de Coutinho, Marcinho demonstrou timidez e insegurança na frente da câmera, apesar das frases firmes. “Uma pessoa como a gente, pobre, já não consegue ir para a faculdade porque precisa de dinheiro, e dinheiro é difícil. Para a gente, é difícil”, declarava convicto, então com 17 anos. “Penso assim: por que não fazer uma faculdade para nós, que já não podemos pagar uma escola?”, disse.

“Trabalho pra mim é difícil. Porque o trabalho que eles querem dar pra gente é um trabalho que a gente não quer. Eles querem que a gente continue sendo gari, mas a gente não quer ser isso”, dizia Marcinho, antes de contar o seu sonho para o futuro, sempre olhando para baixo ou para um horizonte, distante. “Eu queria ser desenhista profissional. Posso não conseguir, mas é aquilo: sou pobre, não vou me ligar tanto.”

Nessa época, Marcinho VP já era avião do tráfico em uma das quadrilhas que comandava o morro. Gostava de frequentar os shoppings de Botafogo e da Gávea e fumava seus baseados com a turma de amigos nas praias da Zona Sul. Uma vida comum que mudaria drasticamente ao se cruzar, anos depois, com a de um astro mundial.

Márcio subiu até perto do mirante e acompanhou o final de tarde naquela paisagem deslumbrante. Conferiu o engarrafamento diário na Enseada de Botafogo, o acender das luzes nos edifícios, o movimento de gaivotas e aviões no céu, os dois passando rente ao Pão de Açúcar, o cenário que ele mais gostava de desenhar. Guardou os detalhes na cabeça planejando passá-los para o papel e desceu correndo as escadarias do morro. Seus funcionários já gritavam seu nome: acabara de chegar mais um fuzil na favela, que agora estava sob o seu comando.

Foto: Anibal Philot

“Welcome to the world / not the wonderful world / but the humble world of the poor people”

A frase foi pintada pelo próprio Márcio, pouco antes da chegada de Michael Jackson ao Santa Marta, numa faixa que foi estendida no alto do morro a mando do novo chefe do tráfico de Botafogo. Marcinho VP continuava a rabiscar nos papéis, mas agora era dono de uma das favelas mais lucrativas da cidade, localizada em um ponto estratégico da Zona Sul.

Michael Jackson desembarcou no Rio de Janeiro em 1996 para gravar, no Morro Dona Marta, metade do clipe da música They Don’t Care About Us. A outra metade seria filmada no Pelourinho, em Salvador. A escolha da favela de Botafogo se deu por afinidade: a Skylight, empresa que faria a segurança particular de Michael e sua equipe, tinha como responsável por fazer o contato com o dono do morro um velho colega de Marcinho, que praticava furtos junto com ele quando ainda eram adolescentes. Os lucros dos botequins da favela subiam e a movimentação de curiosos aumentava conforme se aproximava a semana do início das gravações. Um contratempo, entretanto, quase impediu a festa.

Os jornais divulgavam que Spike Lee, produtor do clipe, teria oferecido dinheiro ao líder do tráfico no Santa Marta para que este fizesse a segurança da equipe e do astro pop durante as filmagens. O então Secretário de Turismo, Ronaldo Cezar Coelho, e até o Ministro dos Esportes (cargo, na época, ocupado por Pelé) tentaram impedir as filmagens com o argumento de que mostraria um Brasil “miserável”. Não deu certo.

No vai e vem de gente na Praça Corumbá, localizada no pé do morro, três homens tomaram coragem para subir aquelas escadarias. Não eram inimigos de facção, mas assinaram o início da caçada histórica a Marcinho VP: jornalistas do Jornal O Dia, O Globo e Jornal do Brasil procuravam, nas vielas do morro, uma entrevista exclusiva com o chefe. Conseguida, ela mudaria o rumo da vida do traficante.

Era sábado, véspera da gravação do clipe. Dentro de um barraco de apenas um cômodo, Marcinho VP encarava os três experientes jornalistas. Ao redor, alguns seguranças com fuzis o protegiam de qualquer eventualidade. O traficante não fugiu a nenhuma das perguntas: elogiou Brizola, criticou o então governador Marcello Alencar, disse ser contra a legalização das drogas e o enfrentamento à polícia. Comparou-se a Robin Hood e prometeu entregar a Spike Lee uma camiseta com um desenho feito por ele mesmo, onde estaria uma lista com os nomes de 23 jovens mortos na guerra ao tráfico, todos amigos seus. No final, Marcinho fez os três repórteres prometerem que não citariam o seu nome. “Eu descubro o endereço de vocês”, alertou.

“OTRÁFICO ESTÁ PRONTO PARA A GUERRA.” Era assim que o jornal O Dia intitulava a entrevista, dando nome, sobrenome, apelido e até a fotografia de Marcinho VP. Nenhum dos três jornalistas cumpriu o acordo e a segunda-feira de 12 de fevereiro amanheceu com um novo inimigo da sociedade carioca. Um mal entendido nas palavras deixou o bandido ainda mais enfurecido. Perguntado se era usuário de drogas, Marcinho afirmou que “fumava o mato certo”. Alguns repórteres entenderam a frase como “eu fumo e mato certo”. Marcinho, que nunca foi um traficante importante na hierarquia de sua facção, saiu como um assassino frio, impiedoso.

“É uma questão de honra”, dizia Nilton Cerqueira, então Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro sobre a prisão de Marcinho VP. Nilton era um comandante linha dura, membro dos órgãos de repressão da ditadura militar e famoso por ser um dos participantes da morte do líder da guerrilha de esquerda, Carlos Lamarca, em 1971.

Michael Jackson já comia biscoitos e assistia tevê em Neverland enquanto Marcinho era levado para a Polinter em uma viatura da Polícia Militar. Exatamente uma semana depois da divulgação da entrevista, Marcinho VP era preso no Beco da Boa Fé, na sua própria favela, desarmado e vestido com a camisa de um time de futebol espanhol. A versão da polícia na época era de que Marcinho havia tentado um suborno, oferecendo 5 mil reais e um fuzil AR-15 aos oficiais. Seu castigo foi uma estadia na cela dos tuberculosos, na sede da própria Polinter.

Os poucos direitos dos presos eram conseguidos a partir de subornos. Assim era a vida nas celas da Polinter, onde Marcinho VP cumpria pena junto com alguns líderes de sua facção, o Comando Vermelho. As visitas custavam cerca de 200 dólares aos carcereiros, pouco mais da metade do que eles recebiam pelo emprego.

Duas acompanhantes costumavam pagar por visitas íntimas a Téia e Rogerinho, líderes da Favela do Guarda e do Jacarezinho, respectivamente, todas controladas pelo CV. Na tarde do último sábado de outubro de 1996, dia incomum para visitas, a proposta foi novamente feita ao carcereiro de plantão. Janete era namorada de Téia, e Arlete, empregada doméstica, foi convidada pela amiga para participar do encontro. Não era a primeira vez que ela ganhava 100 reais para uma “rapidinha” com o companheiro de Téia, Rogerinho. Desta vez, no entanto, seria diferente. As mulheres levaram para a visita um menino de dois anos de idade.

Enquanto uma delas chamou o carcereiro para acompanhá-las até a sala de espera, a outra sacou uma pistola da fralda da criança. Elas renderam o guarda, que tentou agarrar a arma. Janete foi rápida e acertou um disparo na boca do homem. Era o alerta para Marcinho VP e seu bando iniciarem a fuga. Devido ao tiro no carcereiro que guardava as chaves, os detentos só conseguiram fugir quando uma das mulheres abriu o cadeado do paiol e depois, também com disparos, partiu o cadeado das celas. Uma metralhadora, um fuzil, duas escopetas e dois revólveres calibre 38 foram distribuídos entre os fugitivos.

O mercado ilegal que operava dentro da prisão permitiu a Marcinho que comprasse, estrategicamente, uma cela com direito a sol. Ela ficava bem próxima ao portão da sala de espera das visitas, que por sua vez ficava a 10 metros da saída da carceragem.

Com a confusão, o tempo passou e deu vantagem para os policiais, que já se organizavam em viaturas nas duas saídas da Polinter. O jeito era sair na bala, e assim foi feito. Com Marcinho e os bandidos na frente e as mulheres atrás com a criança, o bando disparava copiosamente contra o cerco de policiais.

Eles chegaram perto dos PMs, em uma missão suicida, e subiram no capô das viaturas. Marcinho e Lambari, com as armas roubadas, obrigaram os policiais a se jogar no chão. Conseguiram pular e ganharam a Avenida Rodrigues Alves, onde homens do Núcleo de Operações Especiais e Apoio à Polícia já chegavam para o reforço. Tiroteio novamente.

Já na pista, roubaram um Monza, que 800 metros depois parou automaticamente devido ao sistema de segredo. Saíram novamente e roubaram desta vez um táxi, que levou alguns dos bandidos para o ponto de encontro. Marcinho VP, que se encontrava com 20 quilos a mais do que quando foi preso — consequência de uma depressão na cadeia — não conseguiu correr. Por sorte, à sua espera estava um antigo parceiro de crime no Santa Marta, conhecido por ser “o melhor piloto do morro”. Eles fugiram, com Marcinho no carona sempre ameaçando quem estivesse em sua cola. Deram a volta no Centro do Rio e chegaram ao Morro da Providência, local estratégico por ser perto de todos os redutos dos traficantes fugitivos. Era próximo da Zona Sul e também da Zona Norte. Ao mesmo tempo, estavam a poucos metros da Polinter, de onde haviam acabado de sair.

Marcinho VP passou seu segundo reinado como líder do Dona Marta cada vez mais engajado com as causas sociais. A partir de sua convivência com André Fernandes, jornalista fundador da Agência de Notícias das Favelas, Marcinho conheceu alguns músicos, escritores e intelectuais. Paulo Lins (autor de Cidade de Deus) e Marcelo Yuka (então baterista da banda O Rappa) foram alguns deles, que tratavam da vida nas favelas em seus respectivos trabalhos. Marcinho deixou os cabelos encaracolados crescerem, as barbas também. Estava pronto para mudar.

Alguns de seus companheiros de crime já o alertavam para a convivência muito íntima com pessoas “do asfalto”. Na época, existiram boatos de que Marcinho tentou contato com o chefe de polícia do Rio de Janeiro, Hélio Luz, filiado ao Partido dos Trabalhadores e progressista em pensamento político. Mas Hélio era funcionário de Nilton Cerqueira, general da ditadura. A mesma história conta que o traficante enviou cartas até para Marcello Alencar, governador do estado, mas nunca foi respondido.

O contato mais polêmico aconteceu em 1999. Walter Moreira Salles Júnior, diretor de cinema, foi apresentado a Marcinho VP. Ele fez o meio-de-campo para seu irmão, João Moreira Salles, documentarista, que precisava de uma favela com canal de diálogo para seu documentário “Notícias de Uma Guerra Particular” (1999), e o morro escolhido foi o Santa Marta. O livro “Abusado” relata que, em troca, João empregou uma das irmãs de Marcinho em sua produtora.

“Notícias de Uma Guerra Particular” parte de três perspectivas: a da polícia militar, encabeçada pelo então membro do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) Rodrigo Pimentel, a opinião dos moradores e a visão do próprio tráfico de drogas sobre a realidade do morro. Marcinho cedeu alguns de seus funcionários para darem depoimentos, mascarados. Mas ele próprio falou por duas horas diante das câmeras sem esconder o rosto ou a identidade. Vestia apenas uma boina com uma estrela, idêntica a de Che Guevara.

Marcinho na entrevista dada para João Moreira Salles. Ela não saiu no documentário.

O contato virou amizade, incomum até então: Marcinho VP era traficante e João Moreira Salles pertencia a uma das famílias mais ricas do país, dona do Unibanco. O cineasta reforçou o laço com uma proposta: caso Marcinho saísse da vida do crime, ele arcaria com uma mesada mensal.

O traficante, no início, entendeu errado. O livro ‘Abusado’ conta que, diante de uma iminente invasão do Terceiro Comando ao morro, ele fez contato com Moreira Salles pedindo para que financiasse a compra de armas para a guerra. A resposta foi clara: a mesada só seria entregue com Marcinho fora do crime.

O dono do Santa Marta bem que tentou se livrar das armadilhas impostas por uma vida inteira no crime, mas não conseguiu. Fugindo para o México, já no Paraguai, recebeu um telefonema avisando que seu cunhado, com quem havia deixado o comando da favela, havia traído o bando. Voltou correndo, para o alívio de todos no Santa Marta. Com a ajuda de Patrick Vidigal, traficante frio e líder do CV no morro de São Conrado, Marcinho conseguiu defender sua favela. O desejo de sair daquela vida de esconderijos continuava firme em sua cabeça.

Ele rumou para a Argentina, onde estreitou seu contato com Caco Barcellos. A ideia de escrever a história da vida no crime partiu do traficante, que encontrou na oportunidade pontos positivos para confiar novamente em um repórter. Em Buenos Aires, sem dinheiro algum, chegou a pedir esmola, apesar da ajuda do seu amigo cineasta. Enquanto isso, no Brasil, João Moreira Salles confessava aos jornais o seu apoio financeiro a Marcinho em troca de crônicas escritas pelo próprio.

Marcinho na Argentina (Reprodução)

Marcinho VP, mesmo longe, conseguiu desestruturar a cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro. No início do ano 2000, Luiz Eduardo Soares, antropólogo que ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, foi demitido ao vivo no RJTV pelo então governador Anthony Garotinho. Luiz havia defendido, dias antes, a postura de Moreira Salles. Nos dias seguintes às declarações, uma crise política se instalou entre polícia e governo.

Nesse período Marcinho tomou um de seus golpes mais duros. Zaca, antigo líder da comunidade no início dos anos 1980, agora membro da facção inimiga de Marcinho (o Terceiro Comando) aproveitou a vulnerabilidade do morro, que estava sem dinheiro algum e sem os seus principais líderes, presos ou foragidos.

O ex-PM invadiu o morro com o seu bando em uma noite de sexta-feira, matando todos que via pela frente. Ele torturou uma das irmãs de Marcinho.

Enquanto Zaca dominava a favela, o antigo dono voltava com as poucas roupas que tinha, pedindo carona na estrada. O cerco havia se fechado para ele também na Argentina. Assistiu, da janela de um ônibus municipal de Buenos Aires, policiais baterem no hotel de onde havia acabado de sair.

Marcinho refugiou-se no Morro do Fallet, chefiado por My Thor, um dos líderes do Comando Vermelho. Só foi incomodado no dia 24 de abril do ano 2000, quando a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente subiu o morro do Catumbi e o encontrou dormindo. O prêmio para os policiais que prenderam um dos bandidos mais caçados do Rio foi alto, e isso causou atritos na própria corporação.

Foto: Marcelo Gomes

Três dias depois, Márcio foi levado para Brasília, intimado a depor na CPI do Narcotráfico. Deu declarações confusas, citou um de seus ídolos, Renato Russo — “nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado” — e reproduziu, com as mãos, o gesto do Exército Zapatista, do qual também era fã. Sonhava em conhecer o subcomandante Marcos em Chiapas, no México. Até tentou, mas não conseguiu.

Marcinho não era um dos líderes do Comando Vermelho. Pelo contrário: tinha várias divergências com os chefes mais velhos. As bocas comandadas pelo seu morro só eram lucrativas porque estavam localizadas em um local estratégico da cidade. O Dona Marta é um morro pequeno, de difícil acesso, o que não permitia a movimentação de consumidores e vendedores. Marcinho VP só ficou famoso — e até menos que seu homônimo, o líder do Complexo do Alemão — porque deu entrevistas polêmicas e foi personagem principal de um livro-reportagem.
Pagou o preço.

Marcinho VP recebeu um bilhete assustador enquanto esteve preso em Bangu III. Mesmo assim, não quis ir para o “seguro” — cela reservada para os presos ameaçados. A frase, supostamente enviado por um segundo Marcinho VP (o chefe do Complexo do Alemão) dizia: “Cala essa boca, senão você vai pra vala. Tá querendo aparecer demais.” O Marcinho VP do Alemão também estava preso em Bangu, e costumava espalhar pelo presídio que seu xará era “falador” e “fanfarrão”.

Em 28 de julho de 2003, uma segunda-feira ensolarada, o advogado de defesa de Marcinho, Ezequiel Pereira, foi lhe fazer uma visita. O relógio marcava 12h15 quando os carcereiros notaram a ausência do preso. O advogado esperou por cerca de quarenta minutos quando um outro preso, se identificando como um bandido do bando de Marcinho no Santa Marta, avisou que ele não viria por estar com “dor de dente”. Às 16h, os agentes penitenciários encontraram o corpo de Marcinho VP dentro de uma caçamba localizada no pátio de Bangu III, com sinais de estrangulamento. Os principais suspeitos seriam o Marcinho do Alemão e Ronaldinho Tabajara, líder da favela da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, e antigo inimigo do traficante do Dona Marta. Eles disputavam o comércio de drogas da Zona Sul.

Um dia antes do crime, Marcinho fez contato com sua família. Disse que estava com medo pois fora ameaçado de morte. A execução aconteceu exatamente dois meses depois do lançamento do livro de Caco Barcellos, baseado em sua história real.

Zacarias Gonçalves Rosa Neto, o Zaca, era um ex-policial militar que se tornou traficante do Terceiro Comando no Santa Marta. Preso em 2009, as últimas notícias davam conta de que Zaca estava em liberdade condicional e havia se tornado evangélico. Está com 64 anos.

Emilson dos Santos Fumeiro, o Cabeludo, foi morto com um tiro no peito em 1988 após tentar roubar um carro na Praça Saens Peña, na Tijuca.

José Rogério Soares, o Rogerinho, foi morto em 1997 dentro de sua favela, o Jacarezinho, durante um cerco policial que durou quatro horas.

Marcus Vinícius da Silva, o Lambari, cumpre pena em um presídio federal.

Patrick Salgado Souza Martins, o Patrick Vidigal, foi um dos traficantes mais procurados do Rio por sua estratégia de impôr medo aos inimigos: seu bando, conhecido como “Os Animais do Patrick” andava uniformizado, com jaquetas e calças pretas, empunhando um enorme machado de mais de um metro para aterrorizar e torturar rivais. Foi preso em 2015, mas como não tinha mandado de prisão pendente, foi solto novamente. Ele se tornou evangélico.

Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, cumpre pena em um presídio federal.

Matéria escrita por Yuri Eiras e ilustrada por Nícollas Witzel.
Todas as informações foram retiradas do arquivo dos jornais Estadão, Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil.

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