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O patrão do I Hate Flash te clica fazendo vergonha na balada, mas mesmo assim você sai bem
Por Nícollas Witzel
Na Boca do Caixa, a conversa imita a vida e gira em torno de uma só coisa: grana. Quebramos o tabu e falamos de maneira aberta sobre o mais importante dentre os assuntos menos falados de nossa sociedade.
É alta a probabilidade de que sua foto de perfil no Facebook tenha nascido de um obturador do I Hate Flash. Mais certo ainda é que aquela imagem teria sido deplorável, triste, vergonhosa se você mesmo a tivesse tirado. A partir de um Flickr com fotos de amigos, Fernando Schlaepfer criou uma atividade que hoje é parada obrigatória no domingo carioca: ver as fotos da noite anterior. A empresa, que é queridinha do Rio mas já começa a se espalhar pelo Brasil e pelo mundo, transformou em arte — e em grana — aquela sua careta de bêbado. Talvez o segredo seja o perfil insider da empresa, ou talvez seja o fato de que o fotógrafo também estava bêbado quando te clicou. Entre uma night e outra, Fernando conversou com a gente.
Se você pudesse descrever sua relação com o dinheiro em uma palavra, qual seria?
Inconstância. Não que eu não goste de dinheiro, mas eu detesto ter que lidar com ele. Sou péssimo em passar orçamentos, pior ainda em cobrar e sempre que alguma quantidade maior bate no caixa, já tiro tudo pra reinvestir nos meus projetos pessoas e profissionais, que geralmente são sempre os mesmos (risos).
Como você começou a fotografar?
Acho que como todos, pegando uma point-and-shoot qualquer e fazendo fotos feias de algum membro da família quando criança. Tomei gosto pela coisa e desde moleque já tentava fazer fotos diferentes, que não fossem fotos de família, que não fosse com uma point-and-shoot, ou que não fosse feia. Depois tentei fazer com que não fosse nenhum dos três, ao mesmo tempo.
De quanto dinheiro você precisou pra dar um start definitivo na sua vida profissional?
Nenhum, comecei com o equipamento do meu primeiro estágio, na Seagullsfly.
Qual foi o melhor investimento que você fez antes de fundar o I Hate Flash?
Acredito que minha primeira DSLR, uma Nikon D90.
Qual é a coisa mais cara que você tem agora?
Uma Leica M9. Comprei por ser fã da marca, das lentes e por ter tido a oportunidade de pagar um preço justo, com um amigo.
Sua movimentação financeira comercial e pessoal se misturam?
Sim, costumo reinvestir na empresa algo bem próximo a 100% do dinheiro que me “sobra”.
Quanto costuma ficar parado na sua conta?
Zero. Mesmo.
Qual situação te fez notar que o I Hate Flash tinha dado certo?
Nossa primeira grande viagem, a convite da Farm. Passamos por festivais da Inglaterra ao Japão para criarmos conteúdo para a marca.
Você abre mão de princípios pessoais por um serviço muito bem pago?
Não abro.
Você eventualmente estoura contas e cartões ou deixa algumas oportunidades passarem para manter um backup?
Reincidentemente!
Você tem algum luxo ocasional?
Chamo de investimento — e costumo não precisar de luxo neles. Algo como investir uma grana alta em uma viagem por acreditar que renderá bons frutos, mas não necessariamente esbanjando durante a viagem.
Com os investimentos que fez até aqui, você se sente financeiramente seguro?
Acho que posso dar a mesma resposta que todos os brasileiros donos de empresa: definitivamente não.
Qual é a sua próxima meta? Quanto tempo você achar que levará para atingir esse objetivo?
A reestruturação do site, mais contextualizado e melhor dividido, para separar as áreas de atuação e atingir melhor o público-alvo de cada segmento. Até o próximo mês se tudo der certo.
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