Angústia de algumas Carolinas.
Conheci a fome cedo a dor da barriga,
anunciava mais forte quando a mãe avisava da panela vazia,
não era só a minha tinha mais gente da favela que sentia,
Diferente do povo da casa de alvenaria que tudo se tinha,
Senão vendia, ao contrário da favela quando sobrava, repartia.
Povo marginalizado pela intimação do Delegado
Porém, na hora do voto sempre lembrado,
Pena, isso acontecer em quatro e quatro anos,
Quem sabe assim comia direito todo ano.
Se sabem que sentir fome não é o ideal,
Cadê o Serviço Social
Caridade tem que ser real,
Que saiba sentir fome não virou algo normal.
Acorda cedo aproveita e lava as roupas,
Ajusta as crianças, sabendo da escolha,
Se catam papel contigo ou vão à escola,
Porque o mínimo não se aprende na rua.
Tem dias que acorda sabendo o que fazer,
Tem outros indagando o porquê,
Outros só acordam, outros não sabem o que dizer.
Vive pensando que um dia os governantes,
Dê importância aquilo que tentam esconder,
implorando ajuda para poder sobreviver.
“A dúvida é um direito para todos mas a certeza é de um único povo: o povo preto.”
Sobre a autora:
Olá, meu nome é Giulia Hanna Pacheco Alves, tenho 30 anos e faço a graduação de Serviço Social na UFF Campos quando entrei não tinha nenhuma perspectiva de como era o campo acadêmico pois não tive nenhuma referência na família igual a muitos corpos negros que ingressam na Universidade. Em casa sempre tive a impressão que crescimento era resultado de trabalho duro e dedicação, o que depois ficou claro por mais esforço que fizesse o critério de reconhecimento para nós basearia através do tom da pele não por coisa diferente. Recordo de um episódio que ressalva, o que proponho acima, quando trabalhava de Telefonista num supermercado o quanto fui questionada por várias vezes sobre ocupar o meu cargo e os inúmeros testes encabeçados por uma gerente de RH que elaborava vários testes enquanto permanecia no cargo para reafirmar o que um certificado, já por si , confirmava antes.