[+18] Whiskey e Cigarros, Instintos selvagens. Amantes em uma noite, estranhos no dia seguinte

Willian Artale
Revista Subjetiva
Published in
4 min readApr 3, 2017

Publicado originalmente em ARTALE, Willian. ‘Pensamentos Insaciáveis’. Ed. Multifoco. 2015.

Sentado na poltrona, localizada no canto da sala. Uma dose cowboy de whiskey Jack Daniels e um cigarro Black Menta. Observando-a dançar no meio da sala, enquanto alguns olham tímidos, outros estão flertando entre si que nem percebe o que ela está fazendo.

Alguns outros em outro cômodo e mais outros na cozinha, área, conversando e bebendo. Mas ali, naquela sala, som alto, observando tudo e a todos, ela dançando despretensiosa, em uma vibe só dela, segurando uma taça de vinho em uma mão e o seu cigarro importado sabor cereja em outra. Seu curto e justo vestido preto com detalhes brilhantes, revelava o volume de seus bustos naturais, nem pequenos e nem volumosos. Atrás, aberto revelando a média tatuagem de uma ‘Sakura’ em sua pele branca. Era possível ver suas curvas conforme dançava, o calor fazia-se intenso, que pelo seu cabelo ruivo e curto, era possível ver o suor escorrendo pela sua nuca.

Esta demonstração inequívoca da beleza feminina excitava-me como um animal, sedento pela carne apetitosa em minha frente. Mas teu semblante era mais que de uma mulher sexual. Também era de uma mulher inteligente, obstinada, independente, além de sedutora.

Despertava-me a curiosidade a cada gole que ingeria do vinho tinto, que em certo momento, escorreu uma gota de canto da sua boca e a forma como passou a língua ligeiramente para não perdê-la e olhou para mim, notando minha presença observando-te em detalhes, vindo até dar um sorriso malicioso, foi o ponto alvo para que eu tomasse uma atitude. Levantei-me daquela poltrona, dei a última golada na dose do whiskey, sem dar a última tragada no cigarro, que o joguei dentro do copo.

Aproximei-me dela, que virou-se defronte para mim, quase derramando o vinho em minha camisa branca. Olhou-me meio sorrindo e antes que dissesse algo, coloquei meu braço direito envolto ao teu corpo, puxando-a para mim. Sua expressão mudou instintivamente, de algo sedutor para malicioso, animalesco. A beijei e ela correspondeu ardentemente, chegando a mordiscar meu lábio inferior.

Tomado pelo instinto, fui a conduzindo até o corredor que dava aos quartos. Ali mesmo, coloquei-a contra a parede e, com uma das minhas mãos segurei as suas mãos para cima. Completamente dominada e entre beijos ardentes, respirações ofegantes, com a outra mão levantei seu vestido, notei que não vestia mais nada por baixo, toquei seu íntimo sexo quente e úmido.

Ela então, mordia meu pescoço como uma personagem vampiresca dos livros de ficção fantástica. Ouvia sua respiração ofegante que já se fazia contínua e cada vez mais intensa.

Foi quando em meu ouvido, cochichou “vou gozar. Não para!” dando-me a oportunidade de ouvi-la pela primeira vez. Observador que sou, percebi o seu egoísmo, antecipando-me dela o cometê-lo, no qual atingiria o clímax e deixar-me-ia à deriva e sairia caminhando satisfeita.

Foi então, que após ouvi-la cochichar em meu ouvido, eu parei. Olhei para ela sarcasticamente. Ela olhou-me incrédula e com raiva. Afastei-me dando-te as costas, deixando-a indignada encostada na parede.

Mas antes que pensasse que eu pudesse estar lhe deixando, arrasando sua noite, parei defronte ao quarto do fim do corredor. Abri a porta e olhando-a nos olhos, com um sorriso malicioso de canto e um olhar desejador. Faço um sinal com o dedo indicador da mão direita a chamando.

Ela sorriu e balançou a cabeça como sinal de alguém que entendeu e percebeu que eu havia previsto sua ação egoísta e que se quisesse saciar-se até o fim, teria que ser completa e recíproca.

Então, ela dirigiu-se à minha direção, dei espaço para que entrasse, parou em minha frente e olhou-me fervorosamente, puxando-me pela camisa, beijando-me ardentemente. Entramos juntos no quarto, fui conduzido para dentro e dando um chute (estilo coice) na porta para fechá-la. Naquele quarto, até o dia amanhecer, só eu e ela sabemos as loucuras que fizemos.

O quarto não era nosso.

A casa não era nossa.

A festa não era nossa.

Eu não a conhecia e nem ela me conhecia.

Mas naquela noite, fomos intensamente um do outro, mesmo sem saber o seu nome e ela o meu. Nada mais importou.

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Willian Artale
Revista Subjetiva

Advogado, metido a escritor erótico. Apaixonado por músicas, cinema, fotografias, viagens e ciência. Além de filosofia, história e psicanálise.