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29 livros que li em 2020 e que talvez possam ser legais para você também (1/2)

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
10 min readJan 19, 2021

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Da mesma maneira que fiz nos últimos anos (2018.1; 2018.2; 2019.1; 2019.2), li alguns livros e decidi compartilhar com todos minhas considerações. A ideia é fazer pequenas resenhas de todos os livros que eu li no ano e então, talvez, tenta indicar algo interessante para todo mundo que me lê por aqui. Já adianto que costumo ler muitos livros científicos. Então talvez seja interessante você testar antes de mergulhar nas recomendações, já que não é qualquer pessoa que tem facilidade em gostar desse tipo de leitura. Porém, mesmo que você não seja tão familiarizado, recomendo que comece por algum tópico que te atraia, porque são livros interessantíssimos e que nos ensinam muitas coisas legais para as nossas vidas.

Como nos anos anteriores, dividirei em duas partes para ter uma leitura menos maçante. E a ordem é basicamente a ordem de leitura que eu tive no ano. Então vamos lá:

  1. Uma força para o bem: A visão do Dalai Lama para o nosso mundo — Daniel Goleman / Nota: 9

Acho que todo mundo sabe quem é o Dalai Lama, não é? Nesse livro basicamente temos Daniel Goleman (autor de Inteligência emocional) nos contando sobre a visão que ele tem sobre o mundo e quais ações poderíamos tomar para realmente melhorar o nosso planeta da melhor maneira possível. Utilizando exemplos do próprio Dalai Lama ou de outras pessoas com quem ele foi se encontrando durante a vida, temos uma amostra de que, talvez, exista uma maneira de melhorar literalmente quase todas as áreas que precisamos no mundo de agora em diante. Um ótimo livro, que nos deixa cheio de esperança para o futuro, e com uma leitura extremamente gratificante e fluída.

2. Serpentário — Felipe Castilho / Nota: 10

Todo ano, Caroline, Mariana e Hélio costumavam deixar a capital paulista para encontrar Paulo, um jovem habituado à simples vida caiçara. No entanto, a amizade construída nas areias do litoral sofreu abalos sísmicos no Réveillon de 1999, quando algo tão inquietante quanto o bug do milênio abriu caminho para uma misteriosa ilha que despontava no horizonte, e explorá-la talvez não tenha sido a melhor decisão.

Serpentário é o último livro de Felipe Castilho, autor de A Ordem Vermelha, que li no ano passado. E que livro é esse! Gosto muito como ele consegue te prender no suspense e vai alternando entre o passado e o presente de maneira a nos mostrar, pouco a pouco, todos os mistérios que rondam esses três amigos. Te prende do início ao fim, tem personagens carismáticos e é de uma coerência interna incrível. Recomendadíssimo para quem curte um bom suspense com um pouco de fantasia de qualidade.

3. O Novo Iluminismo: Em defesa da razão, da ciência e do humanismo — Steven Pinker / Nota: 9

Será que estamos em constante decadência? O mundo nunca foi tão violento quanto hoje? A pobreza é maior a cada momento? Essas são só algumas das dúvidas que Steven Pinker nos responde em esse seu livro. Através de uma análise desprendida de achismos e preconceitos vemos como, na verdade, o mundo não só não piorou como melhorou muito em praticamente todos os quesitos que costumamos medir. Utilizando sempre o conceito de como o Iluminismo nos ajudou e continua a ser uma peça importante na nossa maneira de conduzir a sociedade.

Esse livro é um achado muito interessante. Na contramão do apocalipse que muitas pessoas pregam, ele nos mostra com base em dados o que realmente melhorou, o que realmente piorou, e quais deveriam ser as nossas ações para que realmente possamos ir em direção ao progresso. É muito mais otimista do que vemos por aí, mas sem ser cego, mostrando que caso tomemos caminhos errados realmente podemos colocar muita coisa a perder. Uma aula de ciência, de pensamento racional e de como nossa sociedade realmente é.

4. Davi e Golias: A arte de enfrentar gigantes — Malcolm Gladwell / Nota: 9

Há três mil anos, num campo de batalha na antiga Palestina, um jovem pastor derrubou um poderoso guerreiro com apenas uma pedra e uma funda, e desde então os nomes Davi e Golias simbolizaram as batalhas entre os mais fracos e os gigantes. A vitória de Davi foi improvável e milagrosa. Ele não deveria ter ganhado. Ou deveria?

Aqui temos mais um bom livro de Gladwell. Utilizando essa batalha como pano de fundo ele vai nos contando histórias de pessoas que, mesmo em clara situação de desvantagem, conseguiram conquistas importantes durante às suas vidas. Isso tudo sem colocar o pé no chão de que, talvez, essas não sejam situações que deveriamos nos colocar ativamente já que podem não necessariamente fazer com que você se torne alguém diferente da maioria. Um livro que nos mostra como podemos nos aproveitar de desvantagens, mas sem nunca tirar o pé do chão de que isso nem sempre vai acontecer.

5. Um novo mundo: O despertar de uma nova consciência — Ecchkart Tolle / Nota: 3

Não sei exatamente porque eu comprei esse livro. Acho que vi algum outro do autor e ao mesmo tempo também gostei do título. Só que, infelizmente, ele não é nem um pouco para mim. Se trata de um livro muito espiritual e místico, bem baseado em religiões e crenças diferentes. Fala basicamente sobre como o ego é algo ruim e que nós na verdade não despertamos completamente para sermos um só com o mundo. Talvez possa ser para você, mas definitivamente não foi para mim, mesmo sendo muito tranquilo de se ler.

6. Emagrecimento: Quebrando mitos e mudando paradigmas — Paulo Gentil / Nota: 6

Aqui temos uma série de estudos sobre emagrecimento nos indicando quais são realmente efetivos e quais não passam de mitos que não foram desmistificados conforme o tempo passou. É um ótimo livro, mas para mim é técnico demais. Não sou um conhecedor de ATPs, ADPs e outros nomes técnicos, deixando bem dificil de ler no começo mas ficando levemente mais tranquilo do meio pro final. Acredito que se você tem uma formação que entenda esse tipo de livro seja muito mais proveitoso do que foi para mim.

7. Contágio: Porque as coisas pegam — Jonah Berger / Nota: 10

Você sabe porque algo vira um sucesso de público? Sorte? Conteúdo? Forma? Bem, neste livro Berger revela a ciência secreta por trás do viral e da transmissão social. O autor apresenta seis princípios básicos que impelem todos os tipos de coisas a se tornarem contagiosas, de bens de consumo e iniciativas políticas a boatos no ambiente de trabalho e vídeos no YouTube.

Temos aqui um livro que é um must para qualquer pessoa que trabalhe com marketing. Absurdamente didático ao mesmo tempo que científico, ele nos mostra princípios importantes que tornam algo realmente viral. É um daqueles livros que podem ser aplicados facilmente no dia a dia e que, pelo menos com base nos exemplos, tem tudo para realmente dar um bom resultado. Uma ótima recomendação de uma professora de MBA que tive, e que quero repassar a todos vocês.

8. Reinventando Organizações: Um guia para criar organizações inspiradas no próximo estágio de consciência huaman — Frederic Laloux / Nota: 10

Como você acha que as organizações tem que ser no futuro? Quais são os paradigmas que temos que quebrar? Como poderíamos inicar uma organização com um pensamento mais moderno? Bem, neste livro temos alguns exemplos de empresas de diversos ramos, com e sem fins lucrativos que aboliram determinadas práticas de gestão para tornar as empresas completamente diferentes do que estamos acostumados.

Vemos exemplos como Buurtzorg, a FAVI, a RHD, a ESBZ e muitas outras empresas que adotam modelos de autogestão, sem hierarquias, sem orçamentos e atividades meio como recursos humanos e mesmo assim tem êxito em seus mercados. Mostrando que o modelo atual tem seus limites e que existe uma maneira diferente de se gestionar uma empresa de sucesso. Uma das minhas gratas surpresas de 2020, que veio de uma sugestão em um comentário aqui no Medium mesmo! Extremamente recomendável.

9. O Fator Sorte: Por que algumas pessoas têm mais sorte do que outras e como você pode se tornar uma delas — Max Gunther / Nota: 9

Tão certo quanto o fato de que não podemos domar a sorte é o fato de que ela pode ser determinante em nossas vidas. Mas se não é possível manipulá-la, pelo menos podemos interpretá-la e nos prepararmos, caso ela mude. É isto que Max Gunther ensina em O fator sorte, uma compilação de casos envolvendo pessoas sortudas e azaradas, submetidos a uma infinidade de teses que tentam explicar este intrigante fenômeno.

Temos aqui um livro surpreendentemente incrível. Do mesmo autor de ‘Axiomas de Zurique’, temos aqui um livro que lida com a sorte da maneira mais direta e pura que já vi. Sem fazer julgamento de valor em crendices e superstições, esse livro vai nos mostrando como as pessoas lidam com a sorte e o que faz com que algumas sejam consideradas azaradas e outras sejam consideradas sortudas. É incrível a maneira como ele descreve tudo lucidamente e sem parecer piegas ou apocaliptico demais. Uma ótima leitura para qualquer pessoa que tenha vontade de se aprofundar nesse tema tão nebuloso.

10. O Otimista Racional: Porque o mundo melhora — Matt Ridley / Nota: 7

O jornalista especializado em ciência Matt Ridley acredita que há motivos para ser otimista com relação aos seres humanos. A vida está melhorando, e a um ritmo acelerado. Disponibilidade de alimentos, renda e expectativa de vida estão em alta; doença, mortalidade infantil e violência estão em queda — em todo o mundo. E é isso que eles nos mostra durante todo o livro.

O problema pra mim é que muitas vezes ele se baseia única e exclusivamente em dados históricos para demonstrar que não temos que nos preocupar tanto com o futuro. O que claramente não é verdade. Além de citar sempre as pessoas que erraram em suas previsões pessimistas mas esquecendo de citar quem também errou feio nas previsões otimistas. É um bom livro, mas acho que as vezes é otimista até demais, e assume que acharemos uma solução para qualquer problema independentemente do que for em um futuro próximo. O que eu sinceramente também acho, mas que precisa do pessimismo atuando para que pelo menos procuremos por essas soluções no meio do caminho.

11/12/13. Fundação / Fundação e Império / Segunda Fundação — Isaac Asimov / Nota: 10

A trilogia conta a história da humanidade, em um ponto distante no futuro, no qual o visionário cientista Hari Seldon prevê a destruição total do império humano e de todo o conhecimento acumulado por milênios. Incapaz de impedir a tragédia, ele arquiteta um plano ousado, no qual é possível reconstruir a glória dos homens. Se tudo correr como planejado.

Quando você lê um clássico como esse você entende perfeitamente porque ele chegou nesse patamar. A trilogia Fundação é realmente uma obra de arte. Sem a necessidade de ser prolixa e ficar explicando o mundo ele vai nos mostrando através de pequenas partes do tempo e da lente de alguns personagens como tudo funciona, sem perder de vista a ótima história cheia de reviravoltas que está contando. Não tem buracos na narrativa (pelo menos que eu tenha conseguido identificar) e é de uma coerência absurda dentro da própria história. É realmente um clássico inquestionável da literatura de ficção.

14. Liderança: A inteligência emocional na formação do líder de sucesso — Daniel Goleman / Nota: 7

Liderança reflete a evolução do pensamento de Daniel Goleman, especialmente no que diz respeito às últimas pesquisas da neurociência sobre a dinâmica dos relacionamentos e o real impacto da inteligência emocional no resultado financeiro de uma empresa. Uma leitura essencial para líderes, coaches e educadores empenhados em promover práticas gerenciais, desempenho e inovação de excelência no universo empresarial.

Se você já leu o primeiro livro dele sobre Inteligência emocional, vale a pena seguir para esse. Principalmente se você é algum gestor, alguém que exerce liderança sobre as pessoas no seu trabalho. Aqui temos vários exemplos de bons e maus exemplos sobre como se liderar em momento cotidianos ou de crise. É bem legal, mas as vezes me entristece, já que em tempos como o que estou escrevendo essa parte do texto (13/05/2020), vemos que o que menos temos no nosso país são lideranças desse tipo. Sejam elas políticas e/ou dentro das próprias organizações que trabalhamos. É um ótimo livro, mas talvez tenha o lido no momento errado, me trazendo um pouco mais de pessimismo do que de otimismo que ele deveria gerar.

15. A Estranha Ordem das Coisas: As origens biológicas dos sentimentos e da cultura — Antônio Damásio / Nota: 7

António Damásio apresenta aqui uma pesquisa inovadora sobre a homeostase, uma coleção de fenômenos que regula a fisiologia humana por meio de mecanismos que possibilitam não apenas a nossa sobrevivência, mas também o florescer da vida. O neurocientista português torna claro que descendemos de uma longa linhagem que tem início nos organismos unicelulares, ou seja, que nossas mentes e culturas são ligadas por um fio invisível aos modos e propósitos de seres unicelulares muito antigos; e que é inerente a nossa própria química uma força poderosa, uma luta pela manutenção da vida que a governa em todos os seus aspectos, inclusive no desenvolvimento dos genes que ajudam a regular e a transmitir a vida.

Mais um livro bem legal de Antônio Damásio. Diferentemente de outros que ele foca mais na neurociência pura, aqui temos uma visão bem mais expandida sobre os sentimentos e como eles podem ter surgido e afetado a nossa vida durante a evolução. Uma visão completamente diferente e interessante do que temos como senso comum, sendo uma leitura bem legal porém bem densa sobre a homeostase e os nossos sentimentos.

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