29 livros que li em 2020 e que talvez possam ser legais para você também (2/2)

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
10 min readJan 26, 2021

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A primeira parte saiu anteriormente e você pode ver nesse link. Mas vamos parar de enrolar e já ir diretamente para as resenhas dos outros livros que eu li nesse caótico 2020:

16. Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas — Raphael Draccon / Nota: 9

Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer…Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.

Minha namorada adora esse livro e sempre me indicou a leitura. Porém por muito tempo estive em outra vibe e negligenciei a indicação. O que peço para que vocês que não façam igual a mim. Dragões de Éter é uma fantasia bem gostosa de se ler. Tem sua parte de ‘conto de fadas’ divertida, enquanto a parte séria e mais macabra trás muito mais nuances a toda a história. Além de brincar de um jeito que eu acho genial com os contos de fadas que todos nós conhecemos. Uma puta história de fantasia escrita por um puta escritor brasileiro para quem tiver o interesse.

17. Dragões de Éter: Corações de Neve — Raphael Draccon / Nota: 10

Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo rei, e a esperada Era Nova se inicia. Entretanto, coisas estranhas continuam a acontecer… Uma adolescente desenvolve uma iniciação mística proibida, despertando dons extraordinários que tocam nos dois lados da vida. Dois irmãos descobrem uma ligação de família com antigos laços de magia negra, que lhes são cobrados. Duas antigas sociedades secretas que deveriam estar exterminadas renascem como uma única, extremamente furiosa.

O segundo livro de Dragões de Éter é impressionante. Faz a história escalar de uma maneira bem surpreendente, consolida os personagens com um carisma ímpar, e principalmente da uma profundidade gigante para eles. Eles ficam cada vez mais tridimensionais, com várias facetas, e ainda mais interessantes no decorrer do livro. Isso tudo sem esquecer as referências a contos de fadas, só que sempre adicionando algo mais e tornando a narrativa muito mais crível e adulta para aquele mundo. Muito melhor que o primeiro, e que te deixa com uma vontade absurda de ler o último (que por sinal, já comecei).

18. Dragões de Éter: Círculos de Chuva — Raphael Draccon / Nota: 10

Dois irmãos sobreviventes a uma ligação com antigos laços de magia negra descobrem que laços dessa natureza não se rompem tão facilmente e cobram partes da alma como preço. Uma sociedade secreta renascida com um exército de órfãos resolve seguir em frente em um plano com tudo para dar errado em busca do maior tesouro já enterrado, sem saber o quanto isso pode mudar a humanidade. O último príncipe de Arzallum viaja para um casamento forçado em uma terra que ele nem mesmo sabe se é possível existir, disposto a realizar um feito que ele não sabe se é possível realizar. Uma adolescente desperta em iniciações espirituais descobre-se uma mediadora com forças além do imaginário. E um menino de cinco anos escala uma maldita árvore que o leva aos Reinos Superiores, ferindo tratados políticos, e dando início à Primeira Guerra Mundial de Nova Ether.

O terceiro e último livro lançado sobre a história de Nova Ether é realmente divertido. Discordo um pouco das resenhas que li por aí falando que é o pior dos três. Não acho que seja o melhor, gosto mais do segundo, mas acredito que evolui a história e escala ela de maneira ainda mais competente. Deixa o mundo ainda mais realista e menos fantástico, e apresenta personagens extremamente interessantes e que são primordiais para a primeira guerra que se colocou. Um puta livro e que me deixa só muito esperançoso pelo quarto que logo menos deve vir.

19. Assim é que se fala: Como transmitir e organizar ideias — Reinaldo Polito / Nota: 9

Assim é que se fala é uma boa maneira de você aprender como um orador de sucesso consegue cativar o público. Apresentando toda a metodologia do professor Polito, desde a maneira como organizar o pensamento, até dicas para lidar com vários tipos diferentes de platéia, temos um livro que é bem legal se você precisa se aprimorar nessa arte. Como alguém que começou o curso presencial (e não terminei por conta da pandemia), posso dizer que ele é realmente o que o professor costuma passar durante as aulas, até de maneira um pouco mais completa. Uma maneira mais barata de tentar começar a aprimorar suas habilidades na hora de falar com o público. Recomendadíssimo.

20. A hora da verdade — Jan Carlzon / Nota: 10

A hora da verdade é um clássico da administração e um dos mais importantes livros de negócios de todos os tempos. Apresenta o relato da extraordinária experiência de Jan Carlzon — então presidente executivo da companhia de aviação escandinava SAS -, que criou um modelo inédito de administração, mudando os rumos da gestão empresarial e revolucionando o conceito de liderança. Carlzon inverteu a tradicional pirâmide hierárquica e delegou poder a todas as pessoas na linha de frente do atendimento. Assim, conseguiu superar uma das maiores crises da história da SAS, conquistando o prêmio “Empresa Aérea do Ano” em 1983.

O que eu mais gostei desse livro é como ele é antigo e ao mesmo tempo moderno. As dicas de gestão e os modelos que ele aplicou são coisas discutidas até hoje e, infelizmente, pouco aplicadas na grande maioria das empresas atuais. Porém nos mostra como sempre existiram pessoas que pensam realmente fora da caixa e que sempre questionaram a maneira de gestionar um negócio. Uma puta lição que não perdeu o seu valor mesmo depois de 40 anos do seu lançamento.

21. Mindfullness (Coleção Inteligência Emocional) — Harvard Business Review / Nota: 7

Essa é só uma das coletâneas da Harvard Business Review. Com o tema focado no Mindfullness, ela trás 10 artigos publicados por eles compilados nesse pequeno livro (não tem 100 páginas) com algumas das contribuições de alguns pesquisadores do assunto. É interessante para ver várias abordagens sobre o assunto em questão, sempre com os prós e contras que a ciência gosta de nos apontar. Bem legal se você gosta desse assunto e quer saber das novidades.

22. Iludidos pelo acaso: A influência da sorte nos mercados e na vida — Nassim Nicholas Taleb / Nota: 9

O que faz algumas pessoas serem mais bem-sucedidas que outras? Tem relação com habilidade e estratégia ou pode ter influência de algum fator que foge ao nosso controle? Iludidos pelo acaso é sobre sorte — ou, mais precisamente, sobre como a encaramos nas nossas experiências pessoais e profissionais. Nassim Taleb apresenta insights sobre essa variável nebulosa das nossas decisões e, para isso, usa exemplos do mercado financeiro — área em que supostamente a sorte pode ser confundida com habilidade.

Gosto muito desse autor. O modo como ele nos mostra como o acaso é mais importante do que parece é extremamente bem feito. Diferentemente de outros livros dele como Arriscando a Própria Pele e A lógica do Cisne Negro, esse aqui é um pouco mais simples de se ler mas traz uma mensagem poderosa como os outros dois. Recomendadíssimo para qualquer um que queira ver como esse acaso realmente afeta a nossa e as vidas ao nosso redor.

23. Primeiros os Colaboradores, Depois os Clientes: Virando a gestão de cabeça para baixo — Vineet Nayar / Nota: 10

Uma pequena ideia pode começar uma revolução. Foi assim que Vineet Nayar, CEO da HCL Technologies, mudou a maneira que a empresa trabalhava e conseguiu competir com gigantes do mercado de TI mundial. Utilizando da estratégia de nome Primeiros os Colaboradores, Depois os Clientes (PCDC), ele não só acelerou o crescimento da empresa como também passou muito bem pelas crises de 2008/2009 mundiais.

Eu gostei bastante desse livro. Ele apresenta uma maneira completamente não hortodoxa de lidar com o mundo empresarial. Começou olhando no espelho para identificar os problemas que a empresa possuía. Depois partiu para criar confiança dentro da mesma através da transparência. Inverteu a pirâmide, onde agora as pessoas que fazem parte do que ele chama zona de valor começaram a ter muito mais poder. E enfim transferiu a responsabilidade pela mudança para todos. Uma puta aula de como gerir uma empresa de maneira contra-intuitiva mas muito efetivamente.

24. O monge que vendeu sua Ferrari — Robin Sharma / Nota: 9

Quando Julian Mantle, o maior advogado do país, resolve abandonar tudo para fazer uma peregrinação pela Índia, seu assistente John acha que ele não aguentou a pressão e enlouqueceu. Mas quando Julian volta três anos depois, mais jovem, esbelto e radiante, praticamente irreconhecível, John é tomado por muitos questionamentos.

Se eu tivesse lido esse livro antes de alguns outros científicos sobre hábitos e estratégias para mudar como nossa cabeça funciona não teria gostando tanto desse livro. Porém, como o fiz depois, achei bem legal a maneira como ele transmite muitos desses conceitos acadêmicos dentro de uma história (que não sei se é real ou não) transmitida através da sabedoria antiga de monges isolados. São várias estratégias que são realmente úteis para você, e que podem mudar de verdade a maneira de encarar a vida. Recomendadíssimo pela forma que passa tanta informação interessante para o leitor.

25. Amigos da mente: Nutrientes e bactérias que vão curar e proteger seu cérebro — Dr. David Perlmutter / Nota: 7

David Perlmutter, o autor best-seller de A dieta da mente, apresenta novas pesquisas que comprovam a importância do microbioma — os micro-organismos que moram dentro do seu corpo — para a sua saúde. Para se proteger de diversas doenças ligadas ao cérebro, como autismo, déficit de atenção e Alzheimer, o neurologista apresenta os alimentos amigos que irão salvar a sua mente.

Esse livro é interessante para ver que, talvez, estejamos esquecendo de uma parte importantíssima do nosso corpo na hora de controlar doenças que incapacitam tantas pessoas, o microbioma do nosso intestino. Acho que precisa ser lido com alguma ressalva, já que me parece algo muito novo e que carece de evidências mais firmes. E principalmente porque, no final, fica claro que o autor vende uma série de produtos que servem justamente para ajudar nas deficiências que ele diz que alguns alimentos causam.

26. O jeito Harvard de ser feliz — Shawn Achor / Nota: 10

A sabedoria popular diz que se nos empenharmos teremos sucesso, e se tivermos sucesso, então poderemos ser felizes. Mas descobertas recentes da psicologia positiva mostram que essa fórmula funciona de maneira inversa: é a felicidade que impulsiona o sucesso, e não o contrário, pois, quando somos positivos, o nosso cérebro se envolve mais, torna-se mais criativo, motivado, energizado, resiliente e produtivo no trabalho.

Se você me lê a mais tempo sabe que eu já li esse livro. Decidi fazer isso novamente porque estou em uma fase um pouco pessimista demais na minha própria opinião. E quiz relembrar os conceitos, as estratégias e também as maneiras de tentar ver o mundo de uma maneira um pouco diferente. Continua sendo um dos meus livros preferidos e realmente me ajudou nesse momento.

27. Darwin Sem Frescura — Reinaldo José Lopes, Pirula / Nota: 10

Com a leveza e descontração de que só quem entende do assunto é capaz, os autores Reinaldo e Pirula respondem questões das mais diversas que, de algum modo, se relacionam à teoria mais importante da biologia. Afinal, existe um elo perdido? A humanidade está em processo de extinção? Por que irlandeses têm mais tolerância à lactose do que chineses? Como a Evolução explica a existência da homossexualidade? E o mais importante: sou fresco por não gostar de brócolis?

Esse livro é realmente bem legal. Principalmente para quem é mais leigo. Ele consegue explicar as coisas de uma maneira bem didática, e relacionar a evolução com temas extremamente atuais como a homossexualidade. É uma aula descontraída e divertida, porém com todo o rigor técnico que o tema exige. Recomendadíssimo!

28. Why Nations Fail: The origins of power, prosperity and poverty — Daron Acemoglu / Nota: 9

Porque algumas nações são ricas e próperas e outras são pobres e tem pouca perspectiva? É isso que esse livro tenta nos explicar. Daron Acemoglu e James Robinson nos mostram conclusivamente que são as instituições políticas e econômicas criadas pela humanidade que conseguem prever o sucesso de um país. Tudo isso baseado em 15 anos de pesquisas e várias evidências históricas dos Maias, do Império Romano, da Inglaterra e muitos outros.

Gostei bastante desse livro. Demorei bem mais que o normal, por ser em inglês e um tema também bastante denso, mas foi realmente esclarecedor. Ele começa contrariando algumas das teorias que existem e vai nos mostrando através de exemplos porque as instituições são tão importantes na hora de definir se um país terá sucesso ou não. Bom para que tenhamos claro alguns dos motivos pelos quais o nosso país parece estacionado, e assim possamos ter mais conhecimento na hora de votar nos nossos representantes.

29. O ponto da virada: Como pequenas coisas podem fazer uma grande diferença — Malcolm Gladwell / Nota: 10

Você já ficou intrigado pensando no que faz com que um produto, um serviço ou mesmo atitudes virem moda da noite para o dia? Já imaginou o que explica o aumento do consumo de cigarros entre os adolescentes, apesar da campanha antitabagista? “Idéias, produtos, mensagens e comportamentos se espalham como vírus”, diz o autor. E o momento decisivo em que essas novidades se alastram — ou se acabam — é o que ele chama de O Ponto da Virada. Esse instante crítico surge com mudanças que, embora pequenas, surtem um efeito extraordinário.

Os livros de Gladwell em geral são bem legais, e esse não é uma exceção. Utilizando de muitos exemplos da vida real e também instrumentalizando os motivos pelos quais eles funcionam, ele nos mostra como pequenas mudanças podem fazer muita diferença na hora de tentar deflagar epidemias (boas e ruins). Ótimo não só para explicar os negócios, como também problemas sociais e políticas que dão (ou não dão) certo. Uma boa e leve leitura para quem se interessa pelo tema.

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