A máscara heterossexual e as suas implicações

Marcius Bittencourt
Revista Subjetiva
Published in
4 min readOct 26, 2017
“Não apenas falar sobre ser inclusivo, mas finalmente fazer” em tradução livre.

Para você que não concorda com o tema de maneira nenhuma dê uma chance a esse escritor amador que tem muito a falar, leia com a mente aberta, esqueça tudo aquilo que você já ouviu que te fez discordar tanto desse tema.

Provavelmente você irá encontrar milhares de textos parecidos com esses por aí. Talvez seja mais um de muitos. Ou quem sabe esse texto te faça abrir os olhos, por conta de uma frase, quem sabe?

Pois bem. Vivemos em um mundo onde ser você é errado, onde se você nasceu diferente da maioria, ou melhor, do “comum”, você será criticado e linchado pelos que não te aceitam.

Quando a criança nasce ela já é induzida por seus pais em como ela deve ser. Quais brinquedos ter, quais roupas usar e quais cores devem gostar, ATÉ AS CORES. Mas quando isso não acontece, quando uma mãe aceita dar uma boneca ao seu filho homem ela está errada porque está indo contra a natureza, e todos a sua volta à criticam, como se ela estivesse criando o filho de maneira errada.

A criança então cresce nesse meio de influências e obrigações e, adivinha só, algumas continuam não agindo conforme as leis da sociedade. E aí sim que começam as críticas em cima dela e não só dos pais. Muitos, como eu, resolvem se esconder e fingir ser o que não são por medo do julgamento dos outros, da própria família. Vivem uma vida regrada por si mesmo por puro medo, sentem aquele nervoso na barriga todos os dias, aquela insegurança de descobrirem o seu maior pecado. Não conseguem ser livres para serem felizes ao extremo. Essa deveria ser a fase para cometermos nossos erros, experimentar a vida, ser tudo que queremos ser, mas nos ocupamos com preocupações que não deveriam ser nossas, por medos que não deveriam ter espaço na cabeça de um adolescente.

E finalmente este adolescente vira adulto e começa a encarar o mundo real, descobre que a vida não é apenas aquela bolha, ele começa a sentir aquele gostinho de liberdade que a maioridade proporciona, e para os que sempre se esconderam atrás de uma máscara heterossexual, a vontade de você finalmente ser o homossexual que você é cresce de uma maneira que é quase impossível ignorar, a vontade de amar alguém e estar com um parceiro que você realmente ame em todos os sentidos explode dentro daquela pessoa. A vontade de viver uma vida sem ter que pensar se aquela frase, gesto, foto ou publicação é muito gay aparece e quando a pessoa começa a viver aquilo ela não deseja parar nunca mais, ela não quer mais se esconder, me diz quem que gostaria de viver uma vida incompleta, preso pelo medo que os outros sentem do diferente? NINGUÉM.

Já ouvi comentários que falavam que a vida homossexual é uma vida muito promíscua. E eu concordo, ela é, mas tem como não ser? Todo homossexual é oprimido durante toda a sua vida, então quando ele pode ser quem ele é sem que ninguém o critique ele vai ser. O que os heterossexuais fazem normalmente, os homossexuais tem que fazer escondidos e rápidos. Logo aproveitam cada oportunidade.

Mas eu ouso alguém me dizer o porquê é errado ser homossexual. Se a sua resposta for Deus ou “está na Bíblia”, eu lhes digo, os religiosos não afirmam que Deus nos fez a própria imagem? Ele não disse que devemos amar ao próximo? Tudo bem, você não acha que seja uma questão religiosa, mas sim uma questão biológica. Pois bem, isso não é algo que deva ser estudado pelos nossos corpos e sim em nossa cabeça. Assim como existem diferentes gostos para a comida, existem pessoas diferentes de você. Me diz, qual mal um homossexual está fazendo quando resolve casar com alguém do mesmo sexo? Ele está machucando alguém? Quem é você para dizer o que é certo e o que é errado?

Você que fala tanto que o seu problema é porque a comunidade LGBT está querendo lhe forçar a ser como nós, você já parou para perceber que vocês também querem nos forçar a ser como vocês?

Na verdade não deveria nem haver esta divisão, “nós” ou “vocês”, deveríamos ser todos um só. Somos todos humanos, e biologicamente falando somos todos iguais.

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Marcius Bittencourt
Revista Subjetiva

Estudante de turismo, metido a escritor e um sonhador nato, esperando pelo melhor que a vida pode oferecer.