A memória é uma pele.
A maioria de nossas experiências serão esquecidas, talvez você nem lembre o que fez ontem, nem quem viu na semana passada, porém as situações que estivemos comprometidos pelo nosso interesse e pelas consequências emocionais serão preservadas na nossa memória.
Geralmente tentamos apagar o que nos dói, até mesmo as lembranças boas do que vivemos com alguém que hoje não está presente na nossa vida e que só nos causa desconforto, ao fim, queremos deletar as pessoas da mesma maneira que deletamos nossos momentos juntos em fotos/vídeos, em um simples clique.
O filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” retrata a vida de Joel e Clementine, duas pessoas que se amaram muito e depois do fim do relacionamento, usando de recursos tecnológicos tentam apagar da memoria todas as lembranças que ligam um ao outro.
O que não podemos nos esquecer é que pessoas não são barreiras, que necessitam ser superadas.
Pessoas são sensações, gestos, gostos e sentimentos.
A memória é como uma pele com cicatriz.
E uma pele com cicatriz nunca mais será a mesma, a pele fica mais fina naquela região e em algum momento alguém vai colocar o dedo, ainda que sem querer, na pele fina e ela vai rasgar.
É inevitável.
E toda marca nos serve pra nos lembrar de algo, seja bom ou ruim, mas o principal é que ela sempre nos vai trazer ensinamentos.
O que fizemos e deu certo ou que não deu tão certo assim, mas agora a gente pode tentar em outra configuração.
É impossível que possamos aprender sem os erros cometidos, não haveria espaço para a experiência e assim não teríamos a oportunidade de dividir conhecimentos adquiridos com o tempo.
Tudo é válido quando a gente aprende a ter maturidade emocional pra lidar com os rompimentos, com o que dói, como diz Guimarães Rosa, viver é um rasgar-se e remendar-se.
“mude seu coração/olhe ao seu redor/mude seu coração/você vai se surpreender/preciso do seu amor/como o brilho do sol/alguma hora todo mundo tem que aprender” — Everybody’s Gotta Learn Sometimes.
E as vezes a gente precisa de uma nova pele pra sentir de outro jeito, pra viver de outro jeito e começar a explorar todas as particularidades que criamos depois que colidimos o nosso corpo celeste com outro alguém.
Ninguém sai ileso de ninguém.
Gostou? Deixe seus aplausos — eles vão de 1 a 50 — e seu comentário!
Siga nossas redes sociais: Facebook — Instagram — Twitter
Divulgue seus textos e participe do nosso grupo no Facebook!
Leia a última edição da nossa revista digital!