A noção de tempo e as nossas preocupações

um texto sobre como percebemos o tempo e como isso tem nos afetado

natalia
Revista Subjetiva
4 min readJun 9, 2021

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Afinal, o que é o tempo?

E se eu te disser para apontar agora para o tempo, me mostre onde ele está.

Cadê? Eu não estou vendo.

Eu sei, isso parece absurdo, pois o tempo não é um objeto e não está localizado no espaço, nós não podemos apontar para ele agora e mostra-lo para alguém.

Sendo assim acho que podemos dizer que o tempo então consiste em uma ideia que se relaciona com aquilo que fazemos ou deixamos de fazer. Por exemplo, quando ficamos muito ocupados com algo o tempo passa rapidamente e quando não tem nada acontecendo o tempo parece que demora mais para passar. E o melhor de tudo é que em ambos os casos os relógios não mudam, o mundo continua lá fora acontecendo enquanto a sua ideia de tempo mudou dependendo do que você faça.

Tendemos a vivenciar o tempo em termos dos eventos que estão ocorrendo em nossas mentes.

Como a nossa percepção de tempo se relaciona com as nossas preocupações?

Geralmente quando estamos preocupados com algo temos sempre uma sensação de urgência presente conosco, queremos que tudo se resolva logo e não aguentamos esperar nem mais um minuto. Por que estamos nos tornando tão impacientes? Por qual motivo queremos resolver tudo na mesma hora? Por que não queremos esperar que as coisas se resolvam eventualmente?

Todos nós sabemos que o futuro é incerto, a gente pode até pensar que existe uma resposta imediata que precisamos obter para resolver nossos problemas ou prever o futuro, mas geralmente não é o caso. O fato é que há muitas coisas na nossa vida sobre as quais não se pode saber até que elas aconteçam de fato. Você não pode saber se vai ser aprovado no teste antes de terminá-lo, assim como não pode saber se seu relacionamento vai dar certo antes de entrar nele. Por isso a importância de deixar que as coisas acontecem naturalmente, sem tentar apressar nada, afinal, para quê essa pressa toda?

A urgência está em nossas cabeças e não “lá fora”, na realidade.

Se você estiver esperando um resultado de uma prova que sairá na sexta, do que adiantará esperar ou pensar sobre ele na segunda? Por que não vivemos o presente e deixamos para se preocupar com algo no dia que esse algo acontecer? E se por acaso você passar ou não na prova, vida que segue, depois da sexta vem o sábado e tudo isso já vai ter acabado.

Achar que tudo tem que ser feito rápido, com urgência, é só mais um reflexo da nossa geração. Quase nunca vemos alguém parando e aproveitando o presente e se perguntando o que ela pode fazer hoje. Tudo que vemos são pessoas ficando cada vez mais ansiosas e apressadas. Assim como também vemos pessoas não sabendo lidar com suas emoções pois acham que elas estarão presentes para sempre ou que vão piorar com o tempo.

Estamos sempre preocupados, preocupados com o futuro, com a prova de amanhã, com um relacionamento que ainda nem começou, ou em como estará a nossa vida daqui a 10 anos. Como se realmente tivéssemos controle de algo, ignorando que o futuro é incerto.

Dependendo da preocupação podemos ter sempre esse sentimento de urgência, todavia, quando nos sentimos deprimidos ou ansiosos o tempo tende a passar de forma arrastada, um minuto parece demorar uma eternidade.

Por isso é importante aceitar a impermanência das coisas, isto é, aceitar que uma hora o que quer que você esteja sentindo, ou esperando, vai passar.

Quantas vezes você já não se sentiu ansioso, sentiu que o tempo estava passando devagar demais e que talvez essa situação durasse para sempre, mas não durou. Ou tente fazer um esforço nesse exato momento e pense em qual foi o pior sentimento que teve essa semana, provavelmente não está tendo ele agora enquanto lê esse texto. (pelo menos assim eu espero)

Acho muito interessante pensar na nossa vida como se fosse um gráfico de tempo. Vamos tentar imaginar um gráfico desenhado em uma folha de papel, onde em uma extremidade temos o começo da sua vida, e na outra, o fim. Quanto espaço algum momento em particular ocupa? Provavelmente ele ocupa um único ponto, nada comparado ao espaço dos anos de sua infância, adolescência, juventude e os muitos anos restantes em sua vida.

Como irá se sentir em relação a sua preocupação de hoje daqui a um mês? Um ano? Cinco anos? O que fará daqui a cinco horas? Amanhã? Depois de amanhã? Quais as coisas positivas que poderiam acontecer entre agora e depois? Quais as coisas positivas que poderiam acontecer neste momento? Em um mês, um ano, dez anos?

Volto a me perguntar, o que é o tempo afinal?

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natalia
Revista Subjetiva

textos mal escritos que expressam as coisas que eu não tenho coragem de dizer