A porra do fogo no rabo.

Conto “Eu já amei muita gente”

Bia.
Revista Subjetiva
5 min readJul 25, 2018

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Sinto falta de ter calafrios de uma respiração quente no meu pescoço. De sentir o pau crescendo enquanto esfrego a minha bunda em algum canto dessa cidade imunda e com cheiro de mijo.

Saí de casa hoje as 16:02 porque precisava saber se o vendedor da Pet Shop, onde compro os produtos do meu felino sempre, estava disponível para sair hoje. O sexo que tivemos na minha mente foi incrível, aquele que a gente não se segura no ambiente publico de tanto tesão que estamos um com o outro. Já tinha planejado tudo, iríamos num forró 0800 para dançar e esfregar muito minha buceta em suas coxas. Depois de alguma conversa descubro que ele tem namorada. Todo mundo na minha idade (entre 27 e 32) está em algum relacionamento. Menos eu. Faz 6 meses que não estou num.

Na aula desta semana me arrumei decidida a dar em cima do meu professor. Ele não é bonito, ele tem olhos verdes, porém esbugalhados e enormes, careca com um resto de cabelo em sua volta e uma flácida barriga aparente por dentro da sua camisa pólo. Eu sei que é fácil, homens feios são os melhores. Sua beleza e seu pau não garantem a continuidade, então se esforçam além do minimo. Na verdade, com 29 vejo que quem se esforça são as mulheres, que ficam com caras mais ou menos para não passarem pelo que estou passando agora. A vontade de dar, a porra da libido feminina. Imediatamente descubro a verdade, a de que ele não é bonito e nem transar bem deve transar, só pelo tanto que fala e divaga.

Ao mesmo tempo em que quero transar com todo mundo, não quero transar com ninguém. Meu último relacionamento me fez ver como é uma bosta conviver com homem. Como li estes dias, todo homem é um merda, o que diferencia um dos outros é o tempo que você descobre isso. Mas nestes 2 anos além de homens mais ou menos transei com homens que nem bons de cama eram. Não sabiam chupar, masturbar ou meter mesmo. O meu relacionamento com o Lucas tinha como base meu amor por ele, porque se fosse apenas pelo sexo, até dava para se divertir com seu pau grosso, mas nada além disso.

A minha libido é capaz de explodir o mundo de tanto fogo no rabo que está assim, ardendo em mim. Ao mesmo tempo escolho meus parceiros a dedo, porque quero transar bem e ter um que não suma no segundo encontro. Não tem problema em sumir, a questão é o motivo que normalmente gira em torno do “não fazer a mina se apaixonar”. E quem disse que quero?

Há um novo golpe na praça onde os homens conversam com mulheres solitárias, sem um relacionamento faz tempo, se mostrando prestativos e acolhedores. Depois de um tempo criando confiança, passam a pedir um deposito de algum dinheiro, na pressa, para salva-los de algum perigo rodando onde estão (normalmente lugares de guerra). Muita mulher já caiu neste golpe e sabe o motivo? A libido feminina.

VOU QUEIMAR O RIO TODO COM MEU FOGO NO RABO

Quando estamos afim de dar acabamos nos sujeitando a qualquer homem de qualquer caráter, apenas para ter a possível (veja bem, porque não nem sempre) sensação de gozar tanto que os dentes fiquem totalmente sensíveis. O gozo do sexo bem feito é totalmente diferente da masturbação, que não alivia em nada quando estamos querendo um pau.

É um risco, você sai com um cara do Tinder para TALVEZ ele sabe meter, TALVEZ. Porque pode ser que ele não saiba o que está fazendo e no final de tudo, você ter aquela sensação de poderia ter esperado mais do que sair de casa depilada para isso.

Fico andando na rua e penso se os homens, os interessantes, sabem que estou assim. Vêem minha áurea de pornografia e percebem que o que quero é eu esfregar meus seios na cara de um barbudo com óculos. Isso se nota? Eu tento disfarçar, é bem verdade. Mas não pode ser possível, com meu fogo eu faço o pão de açúcar voltar a soltar lavas.

Minha saudade de sexo é tanta que até estou afim de ver um pau mole, gozado, após um bom sexo, do meu lado. Eu quero comparar o tamanho do saco com cada amante que já tive. Quero beijar cada parte do seu corpo e gemer a ponto de ficar com a garganta seca. Estes dias eu tive até saudade de não fazer nada pelada na cama de alguém, após um longo dia de sexo e conversas, de preferência domingo. Dias de domingo são propensos a sexo ao som de Céu.

Saudade de ficar cansada de transar, de se cansar com a transa e ficar andando meio torta após uma noite selvagem (e maravilhosa) do dia anterior. De admirar a cara de quando chega lá, da forma como demonstra e a respiração mudando a cada sentada.

Mas não, não quero com qualquer um. Já passei dessa fase. O endereço é certo. Já to mandando meu telegrama.

Obs: não é porque uma moça disse que está afim de transar que ela quer transar com você. As regras de respeito se aplicam aqui também, beleza.

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Bia.
Revista Subjetiva

Ilustradora que dá bico de escritora. Não dou conselhos nem respondo cantadas. Gostou de algum texto meu? Comente nele.