Alceri Maria Gomes da Silva #DitaduraNuncaMais

Mayra Chomski
Revista Subjetiva
Published in
3 min readMar 31, 2019

Alceri Maria Gomes da Silva nasceu em 25 de maio de 1943, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, filha de Oscar da Silva e Odila Gomes da Silva. Foi assassinada no dia 17 de maio de 1970, aos 31 anos.

Quando criança mudou-se com a família para Canoas (RS) onde fez o 2° grau (atual Ensino Médio) e trabalhou no escritório da fábrica Michelletto, iniciando sua participação no movimento operário como sócia do Sindicato dos Metalúrgicos.

No Sindicato dos Metalúrgicos, Alceri tem contato com a luta dos trabalhadores, e a principal pauta: a luta contra a ditadura. Pouco tempo depois, por meio de um advogado do Sindicato, entrou em contato com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Em setembro de 1969, decide lutar contra o Regime Militar indo para São Paulo, porém antes de ir a campo, volta para sua terra natal e se despede da família.

Menos de um ano após a sua chegada em São Paulo, no dia 17 de maio de 1970, Alceri é assassinada juntamente com Antônio dos Três Reis Oliveira, por agentes do poder militar, quando sua casa foi invadida. Após depoimentos coletados na Comissão da Verdade foi constatado que Alceri e Antônio foram mortos por agentes da OBAN, chefiados pelo capitão Maurício Lopes Lima.

Estudante universitário, Antônio dos Três Reis Oliveira.

A família foi informada da morte através do detetive da Delegacia de Polícia de Canoas, conhecido por Dois Dedos, que após contar sobre a morte de Alceri sem dar mais nenhum detalhe, deixou avisado que se alguém fizesse algo, todos da família seriam mortos. A família não recebeu atestado de óbito, nem foi informada do local do sepultamento. Segundo investigação da Comissão da Verdade de São Paulo, foi enterrada no Cemitério de Vila Formosa como indigente.

Alceri e Antônio foram sepultados no Cemitério da Vila Formosa e os seus restos mortais nunca foram resgatados, apesar dos esforços da Comissão de Investigação das Ossadas de Perus , criada pela prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, para acompanhar a identificação das 1.049 ossadas encontradas na vala clandestina do Cemitério Dom Bosco, em Perus (SP), em setembro de 1990. Segundo os coveiros daquele cemitério, em 1976 houve exumações no momento da alteração da quadra e as ossadas foram jogadas em local desconhecido no cemitério

--

--