Amarei: futuro do presente

Qual é a melhor maneira de conjugar o amor no futuro?

Regiane Folter
Revista Subjetiva

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“Ser duplo significa consentir en indeterminar o futuro”

(Sigmund Bauman)

Há algum tempo falei do amor no passado pretérito perfeito, que acredito que somente é perfeito quando os dois do nós de um casal aceitam que podem amar ainda havendo trilhado caminhos diferentes. Mas se ao invés de olhar para trás esse casal decida encarar o horizonte e pensar no que virá, qual é a melhor maneira de conjugar esse verbo?

Quando li essa frase de Bauman, pousei o livro no meu colo e por três minutos fiquei encarando a parede extasiada, absorvendo o significado simples e maravilhoso dessa afirmação. Assim como ao pensar na história que viveram, os apaixonados também tendem a unificar sua ideia de futuro. Planejar, sonhar, tomar decisões de mentirinha enquanto nos imaginamos lá na frente. Em 5, 10, 15 anos, onde estaremos? Para onde vai essa relação?

Na realidade, essa é uma prática muito humana, a de antecipar o futuro. Mesmo os solteiros sabem do que eu estou falando! Mas o fato de estar com alguém muitas vezes adiciona um fator “bagunçador” no nosso constante exercício de desenhar o futuro: já é difícil planejar e concretizar algo tão subjetivo sendo só um, mas sendo dois? Impossível.

Isso porque duas pessoas (lembrem-se: dois universos) colecionam diferenças: expectativas, sonhos, objetivos, etc etc etc… Ainda não encontrei casal que se conheceu, se apaixonou e juntou as vidas sem que nenhum dos dois tivesse que adaptar seus planos para o futuro. Teriam que ser idênticos para que isso acontecesse!

Mas calma, porque claramente duas pessoas em um relacionamento também têm muitas semelhanças, e a mais importante delas na minha opinião é a vontade de construir algo juntos. Para mim, essa vontade é sobre humildade, empatia e até, porque não, criatividade!

Humildade porque é preciso ser humilde para aceitar que ser duplo significa viver em um meio incerto, no qual ambos têm que ceder e encontrar um ponto em comum. Fazer concessões, aceitar e entender o que é importante para o/a outrx também implica muita empatia: consigo me colocar no lugar do meu companheiro para tentar ver o mundo sob sua ótica e aceitar que talvez ele precise ou queira coisas diferentes.

É aí então que entra a criatividade! Vamos juntar nossas cabeças, corações e habilidades para construir não o futuro perfeito para você, não o futuro perfeito pra mim, mas sim o melhor futuro que podemos viver os dois, juntinhos. Vamos adaptar nossos sonhos, aceitar as metas de quem nos acompanha, vamos criar algo novo, algo nosso.

Eu sei que é difícil. Para mim, implica renunciar todos os dias a outras coisas, e nessa rotina mesmo as estruturas mais sólidas do que eu pensava que era certo se abalam. Também implica aprender dele, do rapaz que tenho ao lado, e do que ele pensa, sente, é.

Sim, não é simples.

Mas também sei que tentar mudá-lo, forçá-lo a ser mais parecido comigo, é matar aquilo que amo nele. Então, ao invés de mudar sua essência, prefiro moldar o caminho que vamos percorrer juntos. Do presente até o futuro, e que o para sempre nos acompanhe enquanto tiver sentido.

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Regiane Folter
Revista Subjetiva

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros