Ame.

Luíza Motta
Revista Subjetiva
Published in
2 min readMar 15, 2020

Não, você não tem dedo podre. Não, nem todo mundo é imprestável. E não, você não ficará sozinhx pra sempre.

Photo by Oziel Gómez on Unsplash

Temos esse costume de falar coisas desse tipo, e escutamos muito dos nosso amigos ao longo da vida essas afirmações. Mas de onde surge isso!? O que acontece para que seja dessa forma?

Naturalmente nós criamos expectativas. Quando conhecemos alguém, criamos uma pessoa encantada e perfeita na nossa cabeça. Desejamos muitas coisas que venham do outro. É normal, afinal, é algo novo.

Descobertas, novidades… Você está conhecendo um novo ser, com personalidade diferente, jeito diferente… Enfim… É completamente diferente. E você torce para que dê certo, claro.

Mas e quando o novo deixa de ser novo? Quando o frio da barriga não existe mais com tanta frequência? Quando se torna algo natural e sem muitas descobertas? Quando você finalmente já conhece essa pessoa com quem você, provavelmente, fez tantos planos?

Existe um apego que nós costumamos ter com essas expectativas. E quando as expectativas são quebradas, temos a frustração de lidar com a realidade. O outro se torna a pessoa que realmente é.

Não existe uma pessoa perfeita, que vá te agradar a cada segundo de toda a vida. Relacionamentos têm seus desentendimentos, suas discussões. Mas isso não precisa desmoronar uma construção.

Os seres são diferentes, e isso é belo quando aprendemos a apreciar o que há no outro. Somos sujeitos únicos, e suas expectativas não serão 100% alcançadas.

É gostoso estar em casa em um sábado a noite vendo o mesmo filme pela milésima vez, com aquela roupa larga e cabelo bagunçado. É bom ter aquela rotina semanalmente.

Esteja abertx para essas experiências, quando passa a fase de conhecer, quando se torna conhecido. Amado, de verdade, pelo que a pessoa é.

As expectativas existem, mas elas não dominam o que uma outra pessoa é ou fará. Ainda bem. Porque assim, existirão sempre as surpresas. Boas e ruins. Mas as boas são muito boas para perder por conta dessa frustração que nós humanamente temos.

  • Texto de Maria Luíza da Motta

Inspirado por Carolina Licht ( @psicarolinalicht )

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Luíza Motta
Revista Subjetiva

Romântica em tempo integral e (quase) psicóloga. ❤