Amor passageiro

Renan Pipolo
Revista Subjetiva
Published in
2 min readSep 6, 2017
Foto: Diário de uma lagarta.

Foi só uma olhadinha de relance, daquelas inocentes que pareciam sem querer. E depois de olhar mais de uma vez, não esperava que ela fosse retribuir com o mesmo olhar.

Só havia uma explicação lógica para o que estava acontecendo, deve ter algo no meu rosto. Comecei a procurar alguma coisa estranha e quando me toquei estava parecendo um palhaço procurando algo que não existia. Ela sorriu. Percebeu o meu desespero por não esperar a troca de olhares. O.K, as minhas chances com ela acabaram de se esgotar.

Senti um calor de imediato. Abri um pouco mais a janela, puxei o meu fone de ouvido no bolso da calça e escolhi a minha playlist Para esquecer o mundo no Spotify. Me desliguei por apenas alguns minutos até sentir alguém sentando do meu lado.

Adivinha quem sentou. Isso mesmo.

Porque diabos os Deuses decidiram que deveria vagar um acento aqui, depois da vergonha que passei? Pensei. Mas enquanto eu pensava isso, ela puxou um livro da sua bolsa que reconheci de cara. Armada, de Ernest Cline.

Quais a chances da menina bonita que você acabou de passar uma vergonha sentar do seu lado e começar a ler o mesmo livro que você está lendo? Juro que tentei calcular, mas eu sou de Humanas, então deixei pra lá muito mais rápido que pensei. E ao mesmo tempo percebi que tinha gastado a minha sorte agora e não ganharia mais aquele bolão da Mega Sena acumulada.

O que devo fazer? Comecei a listar mentalmente as formas de puxar um assunto legal, e quando olhei para a janela percebi que acabava de passar pela minha parada. Toquei no ombro dela e disse:

— Com licença.
— Pois não.
— É… você já leu Jogador Número 1 também?

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