Ando meio engasgado

José Fagner Da Silva Lima
Revista Subjetiva
Published in
1 min readJan 13, 2021
Imagem por Nickie Zimov

O sol bateu em meu rosto
e percebi que o dia sorria
para mim novamente,
mas eu nunca retribui
o ato.

Meu egoísmo
estava alarmante.

Além disso as palavras,
aquelas que querem sair,
mas regozijam dentro de você,
encontravam-se no abismo
de minha alma.
Escondidas, com medo
das retaliações futuras,
e com cicatrizes do passado
que ainda queimam meus olhos
e calam minha boca.

Todo esse repúdio ao presente
é fruto de um passado
amargo com gosto
de sangue putrefato.

E só agora deitado em sua cama,
vendo seu semblante harmônico,
é que sinto vontade
de vomitar meus sentimentos
nos seus ouvidos
palavra por palavra
sem restar nenhuma letra.
Dizendo assim o que tá
engasgado na minha garganta,
e me fazendo ficar
mais leve com a vida.

Mas não.

Apenas desço um gole de sanidade
e guardo toda a ânsia de volta
no meu abismo inóspitos
onde um dia
essas palavras emergirão
e dirão tudo o que sinto,
não só por você,
mas pela vida.

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José Fagner Da Silva Lima
Revista Subjetiva

Um fardo leve na imensidão do esquecimento. De Vitória de Santo Antão, zona da mata pernambucana. Escrevo as vezes quando não aguento mais.