“Aquaman” é a redenção da DC Comics nos cinemas

Andressa Faria de Almeida
Revista Subjetiva
Published in
6 min readDec 12, 2018

Não é com alegria que eu digo isso, mas digo porque é verdade: fazia tempo que a DC Comics não acertava tanto em um de seus filmes! Eu, particularmente, diria que desde “Cavaleiro das Trevas” não tínhamos uma performance tão contagiante dos rivais da Marvel na grande tela, e isso talvez possa renovar a esperança do público nerd para novas adaptações da Warner Bros. desses quadrinhos! James Wan conseguiu fazer com uma história da DC aquilo que para mim nenhum diretor vinha sendo capaz de realizar desde que Christopher Nolan deixou os heróis da Liga da Justiça para trás: justificar o valor pago em um ingresso de cinema! Venha ver tudo sobre esse filmaço, que tem muito para te empolgar e te surpreender!

A origem de um herói é enfim muito bem contada pela Warner Bros.

Sempre foi escancarada a insatisfação dos fãs da DC Comics com as adaptações para o cinema dos seus quadrinhos, especialmente quando estamos falando de filmes que mostram a formação de um herói até ele se tornar quem é. Se “Mulher Maravilha” empolgou pela representatividade, “Homem de Aço” já não foi muito glorificado e “Batman vs Superman” mais decepcionou do que agradou. A origem do Homem Morcego foi trabalhada com capricho e reverência nas telinhas, não podemos negar, mas já passou quase uma década desde que foi lançado o “Cavaleiro das Trevas Ressurge”, então a Warner Bros. devia aos apaixonados pela Liga da Justiça uma película de construção de personagem que justificasse o tamanho de seu investimento. Isso enfim acontece em “Aquaman”, e é bem provável que o bom resultado tenha muito a ver com a direção divertida e decidida de James Wan!

O enredo conta a história de Arthur Curry (Jason Momoa), filho da rainha de Atlantis (Nicole Kidman) e de um faroleiro, sendo portanto um jovem extremamente poderoso e capacitado para reinar dentro dos sete mares. Apesar de ter essa vocação ele a evita como pode, até o Conselheiro Vulko (Willem Dafoe) e a Princesa Mera (Amber Heard) virem diretamente do seu reino de origem para pedir que ele contenha a ânsia de poder e destruição de seu meio irmão, o Rei Orm (Patrick Wilson). Nessa jornada Aquaman não só retorna às águas que o formaram, mas também a sua ancestralidade e predestinação enquanto busca salvar o planeta Terra de sua ruína completa!

A direção, como já comentamos, é de James Wan, e esse australiano é responsável por obras aclamadas para a crítica e para o público, estando entre as mais conhecidas “Invocação do Mal” e “Jogos Mortais”. Seu talento já é mais do que reconhecido e atestado, e talvez por isso ele tenha se sentido tão à vontade para fazer essa adaptação da maneira mais leve e mais descontraída possível, levando a história com a ajuda dos roteiristas para os mares polinésios, aproveitando-se da origem havaiana de seu protagonista.

É bem curioso como ele se mostra capaz de desenvolver muito bem todos os atos do seu filme, sem fazer com que este perca o ritmo e o ânimo em momento algum. Todas as ameaças que surgem no caminho do Aquaman e de seus aliados parecem mesmo reais e assustam, ainda que algumas se resolvam com bastante rapidez. As maneiras encontradas por eles para combatê-las também vão em uma crescente extremamente satisfatória, que empolga aos fãs por levar a mitologia de sua origem para a grande tela como todos queriam, mas também diverte muito a quem está vendo a película sacando pouco (ou nada) dos quadrinhos, porque é épico, sim, mas de um jeito solto e energético, como o próprio personagem título mostra ser o tempo todo!

Falando nele, vale colocar que embora Jason Momoa não seja um grande ator, ele acaba indo bem em papéis em que a personalidade do personagem e o seu físico se encaixam com a sua própria realidade, e é com certeza isso que vemos acontecer aqui. Sua performance é satisfatória, e é ajudada em grande parte pelas atuações competentes de Amber Heard e de Willem Dafoe, com quem ele protagoniza boa parte do longa. O resto do elenco também está muito bem e merecem elogios especiais Patrick Wilson, como o rei que deixa a ambição torna-lo vilão e Nicole Kidman, como uma mãe saudosa e benevolente!

Os efeitos especiais são um espetáculo à parte

Na cabine eu tive a chance de assistir ao filme em IMAX e acredite: isso faz diferença! As cenas na superfície já são maravilhosas, mas os reinos dos sete mares construídos através de caprichados efeitos visuais impressionam e muito! Não faltaram suspiros ao longo da projeção com as formas e cores incríveis ali desenhados, e de fato acreditamos que aquelas criaturas e seres existem em todo seu esplendor, mesmo que estejam muito longe do nosso alcance.

Todos os aspectos fundamentais que poderiam ser questionados quando temos pessoas vivendo debaixo da água são muito bem justificados, tanto no desenvolvimento de cada cena quanto ao longo da narrativa, e assim mergulhamos com mais facilidade na história de Arthur e em seus desdobramentos.

As cenas de ação, que são um ponto importante e delicado nos filmes de herói aqui vão muito bem, e vale prestar bastante atenção na que acontece em terra, mais especificamente em um vilarejo italiano. Os combates nas profundezas também são interessantíssimos, estando todos eles cheios de pequenos planos de sequência, que tornam ainda mais vivaz a experiência do espectador sobre a guerra que se avizinha. Além disso, é fundamental colocar que ainda que ocorram momentos em que a tela conta com centenas ou milhares de focos de acontecimento nada parece desperdiçado ou confuso, e nós compreendemos o que está ocorrendo, como está se dando e o porquê de tudo isso, o que é muito bom!

Aquaman” veio para fechar uma década de insucessos e de fracassos da parceria da DC Comics com a Warner Bros. com chave de ouro, e é com satisfação que eu afirmo que sim, ele vale muito a pena! Se eu fosse você ia inclusive assistir em IMAX, porque o investimento se justifica muito bem! Tomara que os próximos filmes dos heróis e vilões da Liga da Justiça se espelhem em sua competência e ajudem essa gigante dos quadrinhos a se equiparar em algum momento com a Marvel nos cinemas. Nós que somos nerds e cinéfilos ficamos na torcida!

Nota: 9,0

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