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As Primeiras Luzes de Natal.

Um sentimento que acompanha as cores.

Danilo H.
Revista Subjetiva
Published in
3 min readDec 5, 2017

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A noite abafada foi tomada por raios e trovões enquanto ele ia para casa, sua cabeça explodia de pensamentos acumulados durante o dia e muitos deles não iriam se dispersar tão facilmente.

Atordoado por todos os acontecimentos que se sucederam ele só pensava em sua casa, nada mais nada menos. Talvez o silêncio pudesse diminuir o seu ritmo acelerado causado por todos aqueles sorrisos falsos.

Andando aos tropeços na rua espantou-se pelo fato da sua visão periférica sinalizar algo bruxuleante acima de sua cabeça, a chuva já começava a cair quando ele avistou o primeiro conjunto de luzes de natal.

Luzes verdes, azuis e vermelhas (exatamente nessa sequência) piscavam ordenadamente e davam a impressão de que estavam se movendo para a direita uma atrás da outra… uma linda ilusão de ótica quase que psicodélica.

— “O ano está acabando e eu não fiz nada… absolutamente nada!”, pensou ele, vidrado nas luzes.

Sua mente descompassou um pouco enquanto ele pensava em todos os erros cometidos durante o ano, aos lugares que ele não foi e, mais do que qualquer coisa, pensou sobre tudo que poderia ter sentido… as memórias estavam indo muito rápido e de repente ele foi acompanhado por uma dor na boca do estomago que, sabe-se lá o motivo, o deixou ofegante.

Ele fez uma lista no primeiro dia do ano, contudo ela naufragou no seu mar de responsabilidades. As promessas feitas foram armazenadas em garrafas junto com as suas decepções adquiridas durante o ano e já era tarde demais para separar um líquido do outro.

De repente se lembrou de fogos multicoloridos explodindo enquanto pessoas se abraçavam ao som de músicas ao fundo totalmente fora de contexto. haviam pessoas andando na rua (muitas delas felizes) e por todos os lado ouviam-se cachorros latindo freneticamente.

Um relâmpago muito forte o trouxe de volta para o meio da rua onde estava, notou que estava encharcado e então resolver correr para casa. Ao fechar a porta atrás de si começou a questão simbólica de tudo ao seu redor.

Ele havia olhado o calendário hoje de manhã e tinha plena ciência de que faltava menos de 1 mês para o Natal, mas foram as luzes que desencadearam tudo aquilo.

Ao mesmo tempo que as cores o deslumbram, elas também o destroem suavemente. Um freio da realidade automática, um sinal de que tudo começa e termina… O caminho tortuoso que ele precisa traçar sempre que um ano termina: Mais abraços gelados, falsas promessas, corações que repentinamente amolecem e aquela atmosfera deliciosamente intrigante causada por elas…

Todas elas.

As luzes de natal.

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Danilo H.
Revista Subjetiva

Aqui eu escrevo sobre desconfortos, alegrias e sobre nós.