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Chegou a hora de você esquecer o que planejou

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
3 min readJun 7, 2022

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Eu já fui aquela pessoa que tinha a vida inteira planejada dentro da minha cabeça. Sabia exatamente o que queria, quando queria e porque queria aquilo naquele momento. O que, como muita coisa, desmoronou conforme eu fui crescendo e me tornando mais velho. Dando lugar à uma abordagem um pouco menos ‘perfeita’ do futuro, e na realidade, muito mais saudável para mim mesmo.

Quando era mais novo, acredito eu que dos 15 aos 22 anos mais ou menos, eu tinha uma ideia extremamente clara do que eu queria para minha vida. Queria me formar na faculdade de engenharia, começar a trabalhar na área e crescer dentro da mesma até alcançar algum cargo alto dentro de uma empresa. Além disso, ir economizando uma grana para poder ter minha casa e, a partir daí, formar uma família como a que eu possuía na minha casa.

O que, claramente, não foi exatamente o que aconteceu. Afinal o mundo está sempre pronto para bater no que planejamos e nos mostrar que a vida é muito mais complicada do que parece. Mostrando que não é tão certo assim você ser alguém bom em algo e, logo, você ser recompensado por isso. Assim como mudando as regras do jogo a cada momento.

Acho que a primeira coisa que caiu no meu planejamento foi a questão de juntar dinheiro para ter uma casa própria. Primeiro pela óbvia, porém não clara para mim quando mais novo, disparidade de preços e os salários que você ganha conforme começa a sua carreira. Pelo menos em São Paulo, é impossível você conseguir um imovél sem se endividar por um período bem grande da sua vida.

Além disso, não é porque a sua família está bem de vida em um momento que isso vai se repetir para sempre. O que também aconteceu com a minha e fez com que as minhas prioridades ficassem bem diferentes. Isso fora toda a situação do próprio país que tem piorado bastante nos últimos anos.

Depois acredito que caiu a questão da família ‘perfeita’. Até porque ela não existe. Conforme fui ganhando experiência comecei a ver muitas coisas por outros ângulos e notando que, talvez, não exista uma maneira de conseguir algo do tipo. Já que muitos dos problemas vão surgindo conforme você tem mais maturidade de lidar com eles.

Por último, pelo menos para mim, caiu a questão profissional. Acho que junto com a minha noção de que a meritocracia é uma piada, vi que muita coisa dentro das empresas é feita de política pura e simples, deixando a capacidade de cada um em terceiro e até quarto plano na hora do trabalho. Me desiludindo cada vez mais do ideal que um dia eu tive.

O que isso resultou? Menos planejamento. Não porque não seja importante, afinal para muitas áreas da vida isso é sim legal. Mas porque temos muitas variáveis que não temos o menor controle e que, no final, podem servir única e exclusivamente para que nos frustremos e nos tornemos pessoas mais amargas. Algo que eu vejo bastante à minha volta.

Lógico que não estou falando para largar tudo e pensar que só se vive uma vez. Apenas digo que o planejamento deve ser mais flexível e, em alguns assuntos, nem existir. Porque pode acabar se virando contra nós e se tornando fonte de angústia e tristeza. Quando na realidade deveria ser algo que nos dá a felicidade da conquista e da mudança que queremos ter.

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