Clima de mau humor

Tem dias que uma pequena, porém densa nuvem negra me persegue

Regiane Folter
Revista Subjetiva

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Ou será que sou eu que me deixo perseguir?

Tudo começa de um nada tão simplório que parece até mentira. Mas mesmo no nada existem coisas que não podemos ver. Coisas invisíveis, mas com potencial de criar intensos dramas.

Comigo acontece assim: num dia normal, alguma coisinha pequena e irritante acontece e logo mais outra, e outra, e outra, e outra. Antes que eu perceba, todas essas chatices pequeninas se acumulam sobre minha cabeça, formando uma assustadora sombra. Em poucas horas, a nuvem ardilosa está quase completa, resultado dessa condensação de probleminhas em um dia complicado.

Uma garoa existencial acompanha essa nuvenzinha malvada e quanto mais me molho, mais vai piorando o meu humor. Pouco a pouco, fico mais e mais ranzinza. De repente, já não é o nada, mas sim o tudo que colabora para deixar a nuvem ainda mais robusta. Qualquer coisa ao meu redor começa a incomodar: a louça sem lavar na pia, o comentário de alguém, algum passo desastrado que dou, enfim...

Então a nuvem decide que quer se propagar um pouco mais, e me deixo levar. Começo a irradiar minha raiva acumulada com palavras que mais parecem raios e trovões, chamuscando o sentimento daqueles perto de mim.

Num momento de lucidez percebo os machucados próprios e alheios, e reconheço que preciso encontrar algum vento bem aventurado que sopre a nuvem pra longe. Cansei de clima ruim.

Às vezes encontro a solução no conforto de um abraço ou na minha própria solidão. Preciso de tranquilidade e tempo pra reaprender a respirar fundo e relaxar. Só assim consigo controlar a tormenta, que primeiro se transforma em chuva suave e depois vira dia nublado. Passo a passo, pouco a pouco, os primeiros raios de um sol que eu mesma me invento vão aparecendo aqui e ali. Minha luz se traduz em pessoas, momentos, ideias, lembranças… Coisas tão poderosas que nem a nuvem mais carrancuda consegue resistir por muito tempo.

Tão de repente como se formou, a nuvem se esvai. O cenário muda, a paz reina, e consigo sorrir de novo. Tempo bom, tempo ruim… assim vou acompanhando minha própria e mutante previsão. Até porque me formei em jornalismo, então ser garota do tempo nunca pareceu uma perspectiva impossível.

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Regiane Folter
Revista Subjetiva

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros