Coisas que você deveria ler nessa quarentena

Antes de qualquer coisa, não é sobre o coronavírus; é sobre você.

Lara Pirro
Revista Subjetiva
3 min readApr 14, 2020

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hollystapleton.ca

A quarentena pode tá sendo uma experiência interessante para alguns, mas demasiadamente intensa para outros. É comum que nossos pensamentos sejam invadidos por ideias negativas pois o ócio e a ausência de contato humano alimentam um sentimento de solidão. Mas, eu não estou aqui para te dizer que você precisa ou não sair do ócio.

Estou aqui para reafirmar algo que conscientemente nós sabemos, mas quando estamos com nossos pensamentos nublados não lembramos e lembrar disso agora pode ser útil.

Você é suficiente para si mesmo. Apesar da solidão do momento, isso não quer dizer que você é uma pessoa solitária, pois se você está sentindo falta da companhia das pessoas, isso quer dizer que você tem pessoas para amar e receber amor.

Você é suficiente e bom. Entretanto, se você ainda sente insegurança com si mesmo, tente fazer o exercício de canalizar esse sentimento para estabelecer objetivos que te guiem no percurso da satisfação pessoal. Você não tem compromisso de satisfazer as expectativas dos outros, seu compromisso é consigo mesmo e com a melhor versão que você pode ser.

Contudo, é comum a confusão entre a busca pela melhor versão de si e a exigência de uma produtividade constante. Perceba que não somos máquinas, não vivemos a vida assegurando que sejamos constantes em tudo, porque não somos, é contra nossa própria natureza. Isso significa dizer que a melhor versão que você pode ser é, entre tantas coisas, uma versão que respeita o fato de que você não estará sempre produtivo.

Fazem meses que eu não consigo concluir um único texto e já comecei diversos. Entretanto, essa semana, me peguei angustiada por me sentir insegura comigo mesma e foi justamente esse sentimento que me guiou até a escrita e me possibilitou digerir e canalizar as sensações que me estavam apertando o peito.

Repeti para mim mesma que meu compromisso não era satisfazer ninguém, além de mim. Que minha satisfação era em me tornar a pessoa que quero ser e consequentemente ser a melhor versão de mim. Mas que isso é como construir um castelo; colocando tijolo por tijolo, mas se em algum dia eu não conseguir colocá-lo, isso não invalida os tijolos que já coloquei, pois eles estarão lá para quando eu conseguir continuar.

Você é suficiente! Você é foda e tem conseguido construir seu castelo no seu ritmo. Seu compromisso é com seu castelo, com respeito a sua trajetória e natureza. Essa angústia é normal. Vai passar! Se em algum momento você sentir que precisa de ajuda, respeite esse momento também e busque obter ajuda. Você merece.

Esta é uma carta a mim mesma que talvez possa servir para você.

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