Confissões
Confesso pra mim mesma
Que hoje fugi da minha solidão
Fugi pra mesa de um bar
Em mais uma tentativa vã
De colocar os pensamentos no lugar
O caos externo me alcança
Já tão acostumada com essas danças
Que a vida dá
O me resta é embriagar um pouco mais a mente
Tentativas falhas de entender o que sente
Decifrando os sinais que o universo me traz
Aqui jaz,
O resquício de sanidade que havia em mim
O que será daqui pra frente?
Tentando entender tanta maldade no coração dessa gente
E no meu,
No meu é mais difícil de lidar
Pedindo ajuda de mãinha pra não surtar
E cair no meu próprio esquecimento
Quem hoje em dia consegue olhar pra si
E dizer o que há ali dentro
Eu entendo
Os fatos são falhos
E a verdade inconstante
Tentando me conectar com esse instante
Me perco de novo
Será que volto a me encontrar?
Onde será que eu vou estar amanhã
Quanto tempo o tempo vai durar
Até estar tudo em seu lugar
Eu te digo
Eu olho a rua aflito
Esperando pra ver aonde tudo isso irá chegar
Hoje eu fugi da minha solidão
Ou será que a encarei de frente?
Tudo muda tão de repente
E cá estou encarando minha existência falha
A vida vem e me bate na cara
Eu caio e me levanto
Porque a cara de espanto
Achou que eu ia me matar?
Eu tenho necessidade de externalizar meus sentimentos
É que quase nunca eles cabem aqui dentro
E eu sinto que vou transbordar
Se eu não os colocar
Pra andar um pouco lá fora
O céu é denso
A bondade é pouca
O raciocínio as vezes fica lento
E eu vou transbordar
Você me escuta?
A gente normalmente fica com fama de maluca
Mas não é assim que vai ficar.