E o que você fez?
Eu surtei um bocado. Mas também respirei fundo e segui em frente.
Eu comi bastante. Aprendi a fazer quiche de frango e a meditar. Confesso que a meditação não deu muito certo.
Eu li bastante. Muitos livros. E pensando em retrospecto, foram eles que devolveram parte da minha sanidade.
Também ouvi música constantemente. Ajudou na parte da sanidade.
Eu assisti filmes péssimos e outros muito bons.
Eu rezei, porque sinceramente, havia dias que era tudo o que me restava.
Eu estudei e trabalhei por que era preciso
Tomei banhos de sol na varanda e também tomei cervejas geladas.
Eu limpei a casa, quase que compulsivamente. Para logo em seguida, permanecer na bagunça e caos por algumas semanas.
Eu escrevi poesias e desabafos. Destrinchei angústias e raivas em textos longos e sem sentido.
Dei longos passeios de carro pela orla da cidade, enquanto ouvia alguma música alta, com os vidros abaixados, sentindo o cheiro de maresia.
Isso também devolveu parte da minha sanidade.
Eu também senti saudade o tempo todo: dos meu amigos, de abraços, de beijos, de coisas que jamais achei que sentiria.
Eu fiz muitas coisas, eu fiz absolutamente nada.
Eu basicamente sobrevivi.
Olhando as metas feitas ainda em 2019, cheia de esperanças, percebo que conquistei muito pouco, mas também ganhei algumas poucas coisas esse ano.
Mas tudo bem. Se me perguntarem o que fiz em 2020, tudo o que vou responder é: fiz o que deu.