Em conexão

Carlos Barth
Revista Subjetiva
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1 min readApr 17, 2020
Imagem: reprodução internet

Mais um voo a trabalho, mais uma escala, mais uma conexão.

Passageiros em conexão serão orientados por nossa equipe em terra, lembra a comissária.

Ser um passageiro em conexão é o oposto de estar conectado. É um não pertencer àquele tempo e lugar, é uma espera límbica.

O passageiro em trânsito é cidadão de lugar nenhum. Não tem comprometimento, não ama ou odeia. A indiferença é sua marca.

O nativo vive o local. O imigrante tenta se adaptar. O exilado sente saudades da terra natal. O deportado sente mágoa e raiva.

Todos se humanizam através do sentimento. Já o passageiro em conexão só sente apatia.

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Carlos Barth
Revista Subjetiva

Aspirante a escritor, karateca dedicado e budista relapso.