Escutei o seu nome…
Enquanto eu caminhava pelos becos dessa cidade, escutei o seu nome, não notei quem foi o responsável por trazer o seu nome à tona, mas segui em frente.
Três quadras adiante esbarrei violentamente com um rapaz que cruzava a esquina, o impacto foi tão forte que quase me desequilibrei. Ele se virou, disse que estava distraído e pediu desculpas, eu disse que não tinha sido nada e que estava tudo bem… Então o encarei por alguns segundos antes de retornar ao meu caminho, o brilho dos olhos dele era similar ao seu.
Não tenho essa facilidade de jogar as coisas por cima dos ombros e seguir em frente, mas sei que você teria… Contudo, não tive outra escolha, não posso viver a base do seu silêncio.
Me cansei de massagear o seu ego involuntariamente e também de comemorar a cada migalha de “atenção” que você me dava, não sei em qual mundo você vive, mas certamente quero distância dele.
O fato de frequentar os mesmos lugares ainda será um grande dilema, aliás eu te observei por uma última vez três dias atrás e notei como todos te admiram, acredito que se eu compartilhasse minhas críticas sobre você com os demais elas teriam um efeito reverso, eles jamais enxergarão além do seu rostinho bonito.
Decidi que não posso e tão pouco te darei aquilo que você quer, não tenho mais capacidade para realizar seus desejos, mil perdões. Talvez você encontre alguém que seja mais submisso às suas vontades ou, quem sabe, você receba aquilo que tanto distribui e comece a repensar um pouco.
Há 1 mês, o seu nome me daria arrepios e seria capaz de fazer meu corpo ferver, entretanto o escutei hoje e senti uma estranha sensação de vazio, como se dentro de mim houvesse um espaço reservado a alguma coisa que já se foi.
Te excluí de todos os meios virtuais possíveis e apaguei qualquer vestígio seu ao meu redor… Antes, eu te olhava com demasiado desejo, agora só possuo a indiferença para partilhar contigo, quero ver de perto sua reação quando notar que um dos seus poços artesianos secou.
Uau! Que conexão mental, vi que você me encaminhou uma mensagem agora a pouco com o seu famoso “Olá, tudo bem por aí?”… Nem me darei ao trabalho, te arquivei e deixarei que suas palavras se percam por aí.
Toda essa situação é muito cômica, afinal, há um tempo atrás eu mataria por um pingo de sua atenção, mas agora, nesse momento, nem todas as moléculas do oceano me agradariam.
Agora você é uma memória desbotada guardada dentro de uma caixa de sapatos, seu tom sépia me desperta boas recordações, porém não sei dizer como elas ocorreram, estou te desfragmentando aos poucos.
Logo menos restarão apenas as molduras dessas memórias e você terá se esvaído por completo.
Nada mais justo.