Esteja Lá

Sobre se fazer presente.

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Feche os olhos, pegue uma memória triste (não precisa ser a mais trágica de todas) e tente descrevê-la em voz alta para si mesmo.

Temos uma tendência de lembrar de uma história ruim de forma muito mais detalhada do que de momentos felizes e, provavelmente, isso ocorre devido ao impacto emocional que sentimos.

Ainda sobre esta memória escolhida: você consegue lembrar de quem estava lá? Alguém esteve contigo ou você passou por isso sozinho?

E. por fim, isso tudo importa no fim das contas?

Muitas e muitas perguntas, eu sei, mas o intuito disso tudo é provocar um questionamento sobre a importância do “estar lá”, algo que, às vezes, passa desapercebido no cotidiano.

Muitas vezes não conseguimos resgatar uma memória por completo, porém, recordamos de quem estava lá conosco.

Friendship and therapy

Dos mais trágicos aos que fazem a barriga doer de tanto rir, muitos momentos são armazenados na mente a partir do contexto geral.

Você provavelmente não se lembra da roupa que vestia, do que comeu no dia, do que aconteceu antes e depois daquela memória, mas certamente se lembra de como você se sentiu e de quem estava por perto (e quem não estava também).

O mesmo acontece com as memórias mais incríveis que temos, não nos recordamos de cada detalhe, porém, nos lembramos das risadas, da paz, do tempo, do êxtase e da aparente felicidade infinita.

E isso pouco tem a ver com a frequência afetiva que você dá ou recebe do outro, quem nunca reencontrou com um amigo depois de meses e sentiu que fazia apenas uns dias desde a última vez?

Esse é um dos fatores que fortalecem os laços que criamos ao longo da vida, não se trata de um ato condicional (“quem não estava lá, não me merece!”, por exemplo) e sim de um parâmetro importante para as nossas relações.

Quem esteve lá por você independente do caos ou da felicidade?
E claro, o inverso também é muito importante: você está lá para todas essas pessoas também?

Aliás, você esteve lá por si mesmo também? Isso diz muito sobre o quê damos, recebemos e esperamos.

No mais, esteja lá!
Seja virtual ou presencialmente, torne sua presença algo recorrente para quem importa.

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Danilo H.
Revista Subjetiva

Aqui eu escrevo sobre desconfortos, alegrias e sobre nós.