Eu vou tatuar a vida

Arya
Revista Subjetiva
Published in
1 min readApr 9, 2017
Lumi Tuomi

Eu vou tatuar
nos muros da cidade,
em letras garrafais
a palavra “GENTE”
e todo o seu sentir reprimido
pelas conclusões.

Eu vou tatuar a dor,
a injusta partida,
dos colos quentes das avós,
e da eternidade dos laços.

Eu vou tatuar a carne,
a semiótica do prazer,
a canção que espero
como serenata,
de todos os românticos,
esses desvairados de amanhãs.

Eu vou tatuar a juventude,
o cantar de passarinhos,
as bocas quentes que pulsam,
as carolas e os santos,
as esquinas e os portões.

Só estou viva porque sangro*,
e por isso vou tatuar a vida.

*Referência à faixa “Meu cordial brasileiro”, de Belchior.

Gostou do texto? Clique no ❤ para ajudar na divulgação

Deixe seu comentário, ele é importante para nós. Caso deseje algo mais privado, nos mande um e-mail para rsubjetiva@gmail.com

Não deixe de nos seguir e curtir nas redes sociais:

Não perca nenhum texto, assine a nossa Newsletter:

--

--