Graduado em Stronger

Rafael Moreno
Revista Subjetiva
Published in
2 min readJul 21, 2020
Direitos de Imagem: Takashi Murakami/Kanye West

Pode falar o que for, mas a música Stronger tem a melhor sampleada e o melhor beat da história. É impossível ficar incomum quando o som do Kanye toca. Incrível, coisa de gênio. Vou defender isso até o final da minha vida.

Mas o que é que o Itachi fez de tão especial assim, hein?

Harder Better Faster Stronger

A começar pela decisão especial de samplear Harder Better Faster Stronger, do Daft Punk. Aqui cabe um parêntese. A concepção do clipe é incrível! O jogo que o Daft Punk faz com as quatro palavras, somado a toda aquela estética futurista de animação dos anos oitenta, nos remete aquela temática de que tudo o que vivemos e fazemos é pré-programado, como robôs, saca?

Tomamos a pílula errada que o Morpheus ofereceu.

Kanye chega logo com “aquilo que não me mata, me fortalece”. Nietzsche como fonte de inspiração. E então aquele jogo de palavras do Daft Punk, com ele, toma outro sentido. O fortalece. Vem pra dizer que, quanto mais tenso for, ele se torna mais forte. Filosofia e eletrônica numa mixtape.

Formatura

Quando a gente volta o olhar para o álbum como um todo, temos Graduation como uma experimentação, a expressão do artista quanto a essa fase da nossa vida, onde nosso entendimento de como as coisas funcionam são meio que definidas pela vivência escolar. Angústia, dores, cicatrizes, amor, amizade. Tudo é construído até nos formarmos e, enfim, viver no mundo que nos aguarda.

É nesse espectro que voltamos para Stronger e sua busca pela mulher amada. Dessa vez mais forte, preparado, maduro, seguro. Suas experiências, a graduação, tudo até agora o preparou para esse momento. Talvez agora tenha uma chance com ela. E quem ela seria, hein? Quem é a mulher que o faz se sentir um herói com super poderes?

Calma, respira, ainda não acabou não.

O segredo tá nos detalhes

Uma das paradas mais loucas de Stronger foi que Kanye não estava satisfeito com o beat. Faltava algo mais. Aquele tempero. Faltava os tambores. Então ele chama Timbaland e, vou nem falar nada, tira uns seis minutos e cinquenta e cinco segundos da sua vida pra ver a magia acontecer. É mágico! O bagulho é louco.

Stronger

É diferente. Não tem como. É diferente e você sabe muito bem disso. Cê tá ligado, não é mesmo? Olhar para todo o conceito e tudo aquilo que nos levou a Stronger me faz imaginar o quão longe esses artistas diferentes, acima da média, vão para poder atingir seu público de alguma maneira.

Não faço ideia de como, mas sei que, quando eles retornam de onde vieram e nos apresenta algo incrível, tudo que podemos fazer e que está em nosso alcance, é colocar os fones e tentar imaginar a dimensão em que eles vivem.

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