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Imposto é roubo

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
2 min readMay 3, 2022

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Eu gosto de seguir uma galera de uns extremos diferentes no meu twitter. Tenho desde comunista que acha que a Coréia do Norte e a Venezuela são exemplos de luta, até anarcocapitalista que acha que imposto é roubo e que o estado não deveria existir. E eu gosto como, no final das contas, os dois extremos tem tanta coisa em comum.

Em comum porque, na realidade, os dois esquecem de um fator absurdamente importante nisso tudo: o ser humano. De um lado o que acha que controle total do estado é a solução, esquece que a nossa ganância faz com que, a partir do momento que você tem todo esse poder, esqueçamos do bem comum e partimos para uma ditadura dos nossos interesses.

Do outro lado, esquecem que o ‘mercado’ é feito de pessoas e que, quanto mais poder uma empresa privada possui, mais ela vai usar esse poder para se desfazer de concorrentes. Seja isso de maneira moral ou imoral, e que convenhamos que normalmente sempre passa pela imoralidade.

Mas por mais que eu goste de acompanhar os dois, acho que o pessoal do liberalismo exacerbado é mais interessante de ver os malabarismos. Porque eles partem de uma disrupção completa de organização em que não existe um estado soberano e que todos os problemas e conflitos serão resolvidos de maneira privada. Em que, no final de tudo, o bem comum é alcançado já que essas forças sempre tendem a se equilibrar no final.

O imposto é roubo é uma dessas disrupções totais que eu tenho problemas para entender. Concordo com essa galera que muitos dos nossos impostos são mal utilizados e, por isso, consigo entender de onde esse pensamento extremista vem. Mas não consigo entender como conseguiríamos resolver problemas comuns, como o saneamento básico, a segurança, a saúde e a infraestrutura.

Afinal, no capitalismo que vivemos, uma empresa privada só entra em algum problema caso o mesmo dê lucro. E como coisas como o saneamento básico dariam lucro sem perverter completamente o que achamos ético? Como conseguiríamos financiar iniciativas como os bombeiros, que na realidade passam a maior parte do tempo esperando um problema acontecer? São só algumas das perguntas que eu tenho para essa galera.

É óbvio que no final é impraticável. Mas gosto de tentar entender como funcionaria e porque as pessoas chegam nesse tipo de filosofia. Porque, no final das contas, podemos sim tirar boas lições desse tipo de pensamento e aplicar de maneira mais equilibrada dentro do sistema que possuímos hoje. Que, por mais que não queiramos admitir, está muito, mas muito longe de ser o melhor que podemos fazer.

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