Inclinando-se ao Vento — Andy Goldsworthy

Jil Soares
Revista Subjetiva
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13 min readSep 23, 2020

Thomas Riedelsheimer

  • O filme Leaning into the Wild de Thomas Riedelsheimer foi uma indicação do pesquisador de arte e tecnologia Thiago Pimentel //Consultoria e Provocações do artista visual Levi Barbosa // Revisão Textual Professor, Fotógrafo e Pesquisador André Vitório.
Poster — divulgação

O documentário “Inclinando-se ao Vento — Andy Goldsworthy” dirigido por Thomas Riedelsheimer, cineasta alemão, acompanha Andy Goldsworthy, artista visual, escocês, em sua jornada de arte ambientalista por cerca de 10 lugares, entre cidades, estados e países: Ibitipoca-MG ; San Francisco — Califórnia; Escócia; Moremcabe — Reino Unido; St Louis — Missouri; Gabão — África Central; Südfrankreich — França; Espanha; Nova Inglaterra — USA; Dignes Les Bains, FrankReich — Comuna Francesa.

Tentaremos através deste ensaio crítico conduzir os leitores e evocar por meio de vídeos, imagens e palavras um pouco dessa travessia experimentada por Andy Goldsworthy, Thomas Riedlsheimer e sua equipe no universo da

Land Art — movimento artístico surgido no final da década de 60, nos EUA e Europa, que se utiliza do meio ambiente, de espaços e recursos naturais para a realização e manifestação de suas obras.

Essa cadência visual deambulada por Andy Goldsworthy, pelas lentes de Thomas Riedelsheimer, foi muito além de um percurso estético para a construção e continuidade de seus trabalhos. É um prelúdio engenhoso e pusilânime de perceber-se em fragilidades de lassidão na busca incansável desse abraçamento que lhe escorre ao encontro da Natureza como parte do Homem.

Saber que o processo artístico terá continuidade sem precisar de uma interferência mais incisa, direta e presente da ação do artista enquanto homem na natureza é uma causalidade que se (pré) videncia, como fluxo da fruição de um presságio, momento este em que a obra é oferecida ao devoluto e seus hiatos.

Andy Goldsworthy, tem consciência que o seu trabalho será imiscuído e consubstanciado por atravessamentos constantes de moldas, num processo de epifania gradual e orgânica.

O que desmesura o seu espírito não é de todo o bruxuleamento das ideias no espectro teofânico, é também esse revisitar-se as avessas pelos mesmos olhos, como um estribilho na pertinência harmônica de um refrão, é o ritorneliar-se. Esse reiventar-se, repetindo-se na diferença. Assim foi em “Rivers and Tides” documentário de 2001, e continua em “Leaning in to the Wind” de 2017, dirigido também por Riedelsheimer.

Cinedigm: Rivers and Tides: Andy Goldsworthy Working with Time — Trailer

Essa busca de prenúncios por novos sentidos, ou por fragmentos da matéria, enquanto essência primeira dos seres e das coisas. Indícios que lhe assegure de alguma forma a significação de discernimentos acerca da performance dos eventos ali presente: sejam eles na floresta, seja na rua, ou no parque, talvez até se personifique a sua aura no fenômeno de um gesto, ou no perpassar da forma e conteúdo de um objeto ou na silhueta do sopro que se desenha no balbuciar das palavras.

Jamais o artista estará imune ou indelével ante o espelho narrativo que a Natureza constrói como provocação. O que seria o mito de Narciso e Medusa, senão o questionamento que melindra-nos e plasma de um pavor fantasmagórico e paralisante, inquietando-nos o espírito ante os nossos reflexos, como pontos de fuga em medidas de adensamentos dos nossos próprios arquétipos na Natureza.

Seria esse o caminho para alcançar e transmutar -se em nós a pedra em flor? Pois como está no texto “O ato fotográfico” de Philippe Dubois:

Há Narciso diante da fonte, há o espectador diante do quadro; e é a mesma relação que, em cada caso une um ao outro.

Caravaggio: Medusa ‎Galleria degli Uffizi, Florença 1597 d.C Narciso (1597–1599) — GALERIA NACIONAL DE ARTE ANTICA

Essa condição Sísifica que nos corta as costas a pedra e retorce a imagem no espelho, é o reflexo de quando nos inclinamos ao vento, como um punhado de pétalas sendo soprado pela boca do tempo. Entendemos que esse ir e vir é muito mais que uma repetição exaustiva inferida pelo toque da vida na tecla do piano-corpo, é fonte de saciar, oráculo de confundir, luz para bruxulear, caminho que não finda o seu chegar.

Still — Leaning in to the Wind

Este trabalho “(Leaning in to the Wind)” é muito mais uma reflexão sobre a Externalidade do Significado, sobre ser Matéria Inerte em processo da vida na vida. Ser passagem do Sistema Artificial de receptáculo da ARTE — (galerias, museus) para o Sistema Orgânico Real também como ARTE- (ruas, florestas, serras, pessoas e presenças ausentes).

Sair do Interior das Coisas e ser potência manifesta de Exterioridade, enquanto alcance de inadequação racional. Talhar o detalhe, dar forma e tecer o Minimalismo das coisas. Restituir os indícios semânticos de uma Escultura para o Exterior, exercer seu avesso e fazê-lo beirar os cílios de novos olhos, não mais moldando seu Sistema na particularidade expressionista plasmada de subjetividades e sim, tornar conhecida o que se aproximaria daquilo que nomeamos de Essência. Eis os caminhos para a Land Art?!

A Montanha que Estala

O documentário começa no Brasil em Minas Gerais, na Reserva Ibitipoca — em tupi-guarani o seu desenho visual remete a uma Montanha que Estala, Serra Fendida, Ou Serra da Ventania.

Still — Sequência, Brasil-MG — Leaning in to the Wind

O quadro inicial é composto por dois casebres, um cavalo e o artista. As árvores entram em cena como moldura em extensão verticalizada do chão, que não é terra, é puro verde.

O olhar de Andy, duma sinuosidade liquida e curiosa, esboça, fotografa e lambe cada detalhe de dentro de um dos casebres. Andy Goldsworthy, buscando sentir-se parte do ambiente se questiona:

Estou tentando entender o processo de como algo é feito. Para saber mais do que apenas a técnica. E isso é tão forte e tão arraigado com a presença de pessoas que já estiveram aqui… É um pouco desconfortável, demasiado pessoal. Como estar olhando para a vida das pessoas de uma forma mais profunda.

Um faixo de luz em formato de círculo atravessa o telhado e delineia o chão. Goldsworthy se agacha em espontaneidade e enfulija poeira no halo de luz com a mão em um gestual que adventa uma instalação.

Still — Sequência — Brasil-MG — Interior do Casebre

“Tree Fall” ou A Queda da Árvore

Andy Goldsworthy está agora em São Francisco, EUA. A primeira imagem e som que se apresenta ao espectador é enfatizando esse corte abrupto na geografia das imagens, essa elipse como contraponto semântico da construção da cena de uma serra elétrica golpeando um tronco de árvore, é a ilustração que situa o espectador neste novo cenário.

O propósito deste trabalho é enaltecer a floresta que referencia o Presidio of San Francisco o qual foi inspiração para a instalação tree fall ou A Queda de Árvores, a instalação foi concluída com a ajuda de mais de 40 voluntários da comunidade.

Laminar de sonoridade a superfície, um nascer carpido e tensionado de imanência. Barulho de motosserra — Uma madeira emergindo textura. O que era liso, agora é estriado. Desse encontro, perder-se é se aproximar das medidas do mundo, e no hiato enunciado do Objeto — Serra sentir a técnica como um devir mediador desse evento. Um ritornelo de afetos.

Still Sequência USA — San Francisco — Califórnia

Enquanto a madeira é substantivada em um novo escopo semântico, a argila, os pêlos, os cabelos, são misturados e se faz mangue, em uma espécie de oficina-laboratório, construída de forma a atender essa etapa da instalação, para o estuque final nas paredes e tetos da galeria — ritual que precede a entrada triunfal da Concepção — Madeira, na Powder Magazine, um edifício histórico designado por marcos usados originalmente para armazenar munições, seu novo habitat, tão artificial, como seu estado de pós-madeira ou Escopo-Concepção .

FOR-SITE Foundation — Andy Goldsworthy: Tree Fall

A instalação “A queda da Árvore” é pensada a partir da remoção de um eucalipto para o Projeto Presidio ParkWay, instalado dentro da histórica Revista Powder no Posto Principal do Presidio. A provocação da instalação é sugerir e trabalhar no espectro do sensível o inesperado da relação das tramas e urdiduras que permeia o presidio e a floresta, tanto na sua exterioridade quanto na sua interioridade.

O que Goldsworthy irá oferecer enquanto possibilidade extática e não mais estática é destapar o subsolo, como se desnudasse o barro d’uma casa de taipa, só que em um movimento reverso — o subsolo do presidio se faz no Agora — teto da galeria.

ATUALIZAÇÃO DA COVID-19: O Presidio permanece aberto ao público, embora a maioria das instalações públicas operadas pelo parque esteja temporariamente fechada. Você pode ler mais sobre a resposta deles à crise do coronavírus, incluindo como visitar o Presidio com segurança e responsabilidade, neste LINK: https://www.presidio.gov/coronavirus

Still Sequência — Leaning in to the Wind USA — San Francisco — Tree Fall na Galeria Powder Magazine

Estar e Ser vertigem de Anunciação, que bicho-homem se perde na compreensão dialética e ontológica de se (des)pertencer.

O Amarelo no evento da Queda

Still Sequência — Leaning in to the Wind — Escócia

Há uma série de contradição no que vou fazer e em um sentido eu gosto muito. O que estou tentando dizer é realmente uma coisa muito difícil de explicar. Eu faço isso e vou fazer essas esculturas. E não é um tipo de procedimento… Agora é… você sabe, a natureza está em todo lugar! Mesmo quando eu trabalhar na cidade, estarei trabalhando com a natureza.

Still Sequência — Leaning in to the Wind Escritório Andy

Do seu escritório, Andy Goldsworthy, faz uma análise comentada acerca dos registros feitos ao longo dos mais de trinta anos frequentando a mesma floresta, tanto para criar quanto para rever vestígios de trabalhos seus deixados e alterados pelo tempo.

Ao caminhar nessa vastidão complexa de estrutura, disposta nesta espécie de pântano-atelier, na qual as árvores estão caídas, seu espírito é burilado de tal forma que nesta auspiciosidade dilatada do sensível, ele sente a música, a sinfonia que emana por esta fenda traumática e incisiva entre a natureza da árvore e o ecossistema que lhe nutre e cura.

Um fenômeno sinestésico faz nascer ali uma sagração cromática. O amarelo que incide da queda. Essa ‘Sonoridade Amarela’ da qual Arnold Shöenberg dissera em carta a Wassily Kandisky:

*Ária da ópera dramática — Minha Mão Feliz Arnold Shöenberg

Essa Sonoridade Amarela, agrada-me enormemente; é exatamente o que tentei fazer com “*Minha Mão Feliz” […] Apenas você foi mais longe do que eu na renuncia a todo pensamento consciente, a toda a ação convencional.

(Tipologia do Simbolismo nas Culturas Russa e Ocidental — Arlete Cavaliere; Elena Vassina; Noé Silva).

Serenar em reza à conjuração perfeita deste re-clamar, deste redizer, um reesperar inesperado dos acidentes bruscos e repentinos dos instantes, que o protagonismo do debutar de uma Temporalidade Aberta, viva e úmida, do que seria o orvalho do Tempo Mítico a irrigar de sensibilidade o Amarelo no Evento da Queda, que faz com que a ubiquidade da natureza provoque zonas de cromaticidade não linear, de estruturas serializadas, assim como na intersecção imaterial da música dodecafônica de Arnold Shöenberge e das pinturas abstratas de Wassily Kandisky.

Um filme por ocasião da exposição “Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto” @ Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (Brasilia/ BRA)

A busca de Andy Goldswhorty se finda n’um continuum de intervalos e semitons. Em uma similaridade de etapas na procura de uma confluência que lhe remeta sempre ao inesperado, ao sentimento de um novo inicio, de uma estréia e esse achado, necessariamente não precisa refletir a imagem que (a) presenta, basta-lhe o sentir.

Pois o inicio no recuo do Quase é sempre distinto do resultado idealizado ou do esperado como desenlace. É sobre essa Epifânia Orgânica e Teofânica, a que o jogo dos espelhos no universo das representações organiza, neste tabuleiro armado pela natureza, que também é o ambiente em que sua expressão artística se dissolve no Acontecimento.

Still Sequência Leaning in to the Wind — Evento da Queda

Quando eu comecei a trabalhar com a árvore, ela ainda tinha todas as provas da queda, e a violência da queda e a nitidez, e as lágrimas. Vocês poderiam sentir esses impactos! Estes foram os primeiros trabalhos que eu fiz olhando para dentro da árvore, para dentro do que o evento da queda… Há percepção que o amarelo é uma cor que está ligada a capacidade da árvore sobreviver. É uma expressão da vida!

A seleção do material a ser trabalhado independe de uma pré curadoria, já está tudo ali na natureza: a terra, a neve, as folhas, as árvores, o barro, a água. Até mesmo as matizes, as cores, o contraste, o brilho, o peso, o volume, a forma, o conteúdo que transgride ou se faz ecoar nos parâmetros ergonômicos da interação entre os seres e as coisas.

Still — Sequência - Leaning in to the Wind — Evento da Queda II

Considerando que numa cidade não há esse tipo de linhagem ( folha-árvore-terra-pedra) Por isso que a ideia de que logo abaixo está o concreto e o asfalto, os jardins e os subúrbios… É necessário ir abaixo das superfícies da cidade para encontrar — Se Natureza.

Seria o mesmo que manter o Instante — Homem em suspensão (enquanto técnica) para aguçar um estado de aporia até chegar nesse lugar, onde Arte se faz contingência insuspeita. Espaço em que Homem e Natureza são ânimos congênitos de índole que se espreita.

Antrolítios; gênese cerebral e neuroplastia — Lugares para se conter Memória

Still Sequência Leaning in to the Wind — Morencabe — Inglaterra

Este é o lugar que comecei a trabalhar como artista do lado de fora, com a terra. Sepulturas esculpidas em rochas… É como se a tempestade tem absorvido o corpo. Essa obra evoca uma presença humana — se é morte ou se é vida… eu acho que ambos! Pois estes são lugares para se conter memórias, as memórias do tempo que está para acontecer.

Aqui em Moremcabe, Andy tentará se debruçar sobre os impactos gerados nas relações de perda, ausência e memória e de como esses eventos nos impacta em termos de pertencimento, fé e alteridade em conjunto interseccional com a natureza, as rochas e as árvores na reconstrução e perda dos nossos membros — fantasmas.

Momento em que Goldsworthy, nos provoca sobre, até que ponto estamos com a sensibilidade preparada para entender qual a dimensão em que nós estamos em paralela sintonia com a Totalidade da Natureza, integrada a nossa percepção de gênese cerebral, neuroplastia e como re-conectar essas sinapses a um nível tal que elas alcancem o Estado de se conter e dar novos significados à memória, alçá-la a um estado de Graça, estar entre o pós — humano e diluir-se em pó — retorno à Natureza.

Membros — fantasmas é um conceito aplicado de forma tão comum aos humanos, quando os mesmos sofrem um trauma, que ao vermos este termo ser relocado a outras manifestações de vida, a exemplo do que Andy nos apresenta na sua intrínseca conexão com a Natureza, nos soa estranho, mas o excêntrico logo se dissolve na sensibilidade, que se abre como uma dobra na curva da consciência de que o Homem é parte e não Todo da extensão — vida.

Still Sequência Leaning in to the Wind — Membro — Fantasma

Eu deixei a minha presença nesses lugares. Eu gosto de pensar em termos
de…sendo recipientes para não a minha memória,mas a memória do tempo que está para acontecer. depois que eu fiz as obras e que eles se tornam mais ricas ao longo do tempo, através do tempo. Há um forte sentido de “Onde será que isto vai levar?” “O que eu vou fazer? O que vai acontecer?” E o… os cortadores de madeira, tinha cortado todos os membros em um lado e levado para longe, foi como um choque! E é parte de tudo isso…natureza social do lugar e os usos da paisagem que eu tenho de chegar. E um enorme sentimento de perda.

Still Leaning in to the Wind — Lugares para conter Memórias

Sono de Pedra

Qual o espelho que nos narra os espaços em que nos entendemos enquanto parte e Natureza dos seres e das coisas. A pedra como portal e espectro dos nossos olhos. Falo aqui de olhos enceguecidos, pois é preciso não ver para que neste horizonte existencial, não caiamos nas falibilidades do que se apresenta e do que enxergam nossos olhos, neutralizando qualquer oportunidade de inopinar-se-nos diante da vida.

Assim como a motosserra encontrou o tronco em São Francisco, na Califórnia e lhe (dês)nomeou e destituiu da condição de madeira. A máquina de corte e seu fio diamantado encontra a rocha, na Espanha. Se o escopo-madeira tensiona a textura retorcida e faz emergir o subsolo do Presidio no teto da Galeria Powder Magazine, na Califórnia. A rocha, na Espanha se furta em concavidade ao mesmo tempo que se abre para o vazio, para conter o fim, não como um desenlace, mas sim como indicio de uma nova história.

A Rocha

Ritual de contenção, de abraçamento de memória. É o mirar-se na pele da rocha como Narciso se autopsiou na pele das águas. Alçar o monólito a um estado de graça, ser Pós-Rocha em um Sono de Pedra. É como perceber o encontro com o universo no cerrar dos olhos.

“Nada é mais escuro do que a visibilidade da luz, nada é mais claro do que essa noite sem sol” (Pensar em não Ver. DERRIDA, 2012: 305)

Sono de Pedra

O trabalho é chamado de Sono de Pedra… É como dormir dentro da paisagem, introduzir e encontrar refúgio em ti. Quando você toma a pedra da pedreira, ela deixou o seu leito rochoso. É como cortá-la para dentro de si.

Still Sequência Leaning in to the Wind — Sono de Pedra II

Apoio, então, o lápis no papel, faço um ponto e a mão se move: esse ponto se torna, portanto, linha, essa linha se torna o perfil de uma montanha… É um caminho para o maravilhamento, a descoberta, em relação direta com o instinto e a memória — a memória instintiva. A mão se move porque consigo realmente me esvaziar de tudo, deixando a ela a liberdade (DERRIDA, 2012: 239).

Inclinar-se ao vento é ser montanha de si mesmo.

Jil Soares

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Jil Soares
Revista Subjetiva

Bacharel em Cinema pela UFBA. Colaborador: Revista Subjetiva e Revista Impublicável ex - editor de conteúdo da Revista de Arte GRAVIDADE