Interseções
Nunca acreditei nessa história de caminhos certos e errados. Cada um tem a sua jornada e a minha não precisa ser igual a sua para fazer sentido. Podemos pegar alguns atalhos ou entrar num trecho desconhecido que vai nos atrasar, mas isso não quer dizer que exista apenas uma trajetória. Bom, pelo menos não acredito nisso.
Outro dia estava refletindo sobre um conselho que recebi: “Siga seu coração”. Não acho que a pessoa tenha sido mal intencionada, mas como alguém pode crer que seguir o coração seja uma boa ideia? Não sei o de vocês, mas o meu é claramente um agente duplo em meio a uma guerra fria que nunca terminou.
Seguir as vontades de algo que não calcula as consequências das suas próprias escolhas não parece ser inteligente. E é por isso que não gosto nem de ouvir essa baboseira de caminhos certos e errados. A gente vai escutar nosso coração, vai escutar conselhos ruins (e seguí-los) e alguém vai nos fazer acreditar numa força maior que, apesar de tomar conta de todo o universo, arruma sempre um tempinho para garantir que a gente seja feliz desde que siga a sua cartilha imaculada.
Sabe no que acredito? Em interseções. É lá que as pessoas se encontram. Seja por obra e acaso do destino, seja por ter feito uma curva errada (ou certa, só o futuro dirá) ou simplesmente por apenas sentar e esperar.
Ninguém está perdido até ligar o GPS, olhar no mapa e apertar os olhos procurando algum sinal ao redor. Tem gente que até diminui o volume para ver melhor. Parece não fazer sentido algum, mas acontece todos os dias. Caminhos se cruzam, outros se fecham para sempre.
Só porque pessoas seguem por rotas diferentes, não quer dizer que alguém esteja perdido.