Meu vazio abstrato

Isabella Rodrigues
Revista Subjetiva
Published in
1 min readJul 21, 2021

me afogo

de tanto que nadei para dentro de mim

a superfície não me atrai

sentimentos atordoados

envoltos pelo ego

me envolvem

enquanto a mente queima

fazendo e desfazendo nós

de pensamentos

emaranhados entre si

linhas editoriais

que perpassam de arte a tragédia

ficção transmutada

em deslumbres de realidade

percorrem na veia

como droga sintética

anestésica

ele me dopa

com meditações carnais

atravessamos teias

contrariamos morcegos andantes

na noite fria

o mar nos chamava pra perto

preciso me voltar para o meu vazio abstrato

é onde me renovo

analiso

entendo

em um desespero acanhado

o que preciso fazer

para transcender

sombras camufladas

e trazê-las pra luz

me encontro

nas matas

estradas

moradas

caminho a distância necessária

pra ser quem sou

sem repressões

criadas na era

das libertações opressoras

vivendo na busca do propósito

parto pra qualquer lugar

que meus oceanos me carreguem

nos seus abraços ondulantes

para o seu colo misterioso

Gostou? Clique nos aplausos — eles vão de 1 a 50 — deixe o seu comentário e nos acompanhem também nas outras redes sociais: Instagram e Twitter.

--

--

Isabella Rodrigues
Revista Subjetiva

estudante de jornalismo da ufrj • crônicas poéticas | poemas de amor em segunda pessoa | textos e reflexões aleatórias