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Não é ruim, você só não gostou

Leonardo Fuita
Published in
2 min readMar 16, 2021

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Acho que todos nós temos um problema grande quando estamos tentando analisar algumas obras. Não sei se por default, ou simplesmente porque adoramos odiar outras coisas. Julgando um filme, um livro, uma série baseado em critérios subjetivos nossos e os generalizando para um veredito definitivo que não pode ser contestado sobre elas.

Pensei nesse tema quando li um review do livro ‘Dragões de Éter: Círculos de Chuva’ de Raphael Draccon. Uma aventura fantástica com uma série de referências de contos de fadas que todos nós conhecemos, e que eu tinha acabado de terminar depois de muita insistência da minha namorada.

Nesses review, a pessoa fazia um extenso relato do porque o livro era péssimo e como o autor não tinha a menor ideia do que estava fazendo com os personagens da série. Deixando alguns de lado demais, segundo ele, enquanto outros tinham fins que não deveriam ser o que foram no final das contas.

Eu, como alguém que adora criticar as coisas também, li tudo e não consegui entender. Muitas das críticas que a pessoa estava fazendo não condiziam com a qualidade da obra e/ou a coerência dos fatos. Eram problemas muito mais com o que ela achava que deveria acontecer, do que com o que o autor estava contando no livro. Muito mais relacionadas a expectativa que ela tinha sobre o que tinha lido.

Nesse momento parei para pensar em algumas críticas que eu gosto de fazer as vezes. Será que eu realmente estou criticando problemas reais dentro da obra, ou simplesmente reclamando de coisas que eu não gostei? Será que as minhas expectativas que estão me traindo, ou foi realmente a obra que pisou na bola quando foi mostrar alguma situação?

Lógico que existem critérios mais objetivos na hora de fazer uma crítica. E obviamente você tem todo o direito de fazer mesmo que não haja muita base nela. Mas acho que precisamos entender que, as vezes, não necessariamente algo que não gostamos é objetivamente ruim. Que, talvez, nossas expectativas estejam nos traindo e nublando a maneira como absorvemos alguma obra.

Quantas vezes você não achou algo a pior coisa que você já viu, mas outras pessoas acharam a melhor coisa da vida delas? Muitas vezes não é feito para nós. Muitas vezes só não gostamos de algo. Pode ser ruim porque determinado momento não ressoou com as nossas vivências ou porque não entendemos qual era a mensagem. Muitas vezes, não é uma obra ruim de verdade. Você só não gostou.

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