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Não existe liberdade incondicional

Leonardo Fuita
Published in
3 min readDec 28, 2021

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Eu gosto bastante de seguir alguns canais de política dos EUA. Lá, essa questão da liberdade de expressão principalmente, é alvo das principais discussões que existem na sociedade americana. Algo que, para nós, chega a ser até esquisofrênico de vez em quando, mas que tem um histórico que faz todo o sentido para aquela realidade.

O problema começa quando queremos importar determinadas discussões para a nossa realidade. O caso do Monark e a ‘liberdade de expressão’ é um ótimo exemplo disso. Segundo ele, e na verdade boa parte da galera que compra esse discurso, a liberdade de expressão é um direito fundamental e deveríamos poder falar qualquer coisa, mesmo que ela possa motivar pessoas a fazerem coisas que não estão exatamente dentro das linhas da lei. Afinal, só é influenciado quem já faria esse tipo de crime, não é?

E é aí que falta um pouco de estudo para todo mundo que pensa isso. Se você ler um pouco sobre o poder de influência de lideranças, logo você consegue concluir como esse tipo de discurso está fora da realidade.

Nós somos influenciados o tempo inteiro. E quanto mais poder de influência uma pessoa tem, mais ela consegue fazer com que pessoas ganhem a motivação e principalmente a validação necessária para partir para a ação. Algo que você consegue ver muito facilmente em times de futebol, por exemplo.

Se você acompanha o mínimo, você sabe como muitas vezes uma troca de técnico muda completamente a maneira como um time se comporta em campo. Isso tudo deixando de lado a parte técnica e tática. Quando um novo treinador chega e, por exemplo, ele tem uma nova personalidade que as vezes é bem mais aberta do que o outro, fica claríssimo como essa influência se caracteriza.

E isso é só um dos milhares de outros exemplos do poder da influência nas nossas vidas. Agora imagine então quando alguém com grande poder nas redes sociais começa a falar que ‘ter uma opinião racista não é errado’. O quanto você acha que isso pode influenciar as pessoas e, principalmente, pessoas que estão com esse tipo de pensamento escondido, a realmente ‘sairem do armário’ e começarem a praticar esse tipo de ideal nas suas vidas cotidianas?

No final das contas, é importante a gente entender que não existe liberdade irrestrita. Sempre existirão regras, sejam elas leis ou convenções sociais, que caso sejam transpostas, trarão consequências a essas pessoas que as passaram. O que cabe a nós é definir onde essas regras passam do limite e a partir daí começar a discutí-las até que alcancemos um meio termo mais plausível. Algo que, por sinal, só é possível se conseguirmos entender que elas são necessárias. E não quando começamos a tolerar aqueles que são intolerantes.

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