Não há de melhorar

Cumade
Revista Subjetiva
Published in
1 min readJan 12, 2020
Sertão PB — Tataíra

Seria um belo ano
Nunca aconteceu

O cajueiro todo seco, cajú nem deu
A jaqueira toda seca, jaca nem deu
O céu nem choveu
Mandacaru nem floresceu

Tinha tudo neste ano
Para ser e nem foi

Bateu fogo na minha mata
Não teve um que apagou
Poluíram meu açude
Também ninguém limpou

Era o ano da melhora
E não é que piorou

Proibiram, no forró, os artistas de tocar
Rasgaram a sanfona, quebraram o ganzá
Furaram a zabumba, queimaram a rabeca,
Calaram todo som, ninguém pode mais dançar

Era o ano da virada
Mas nada melhorou

Foram novas lideranças
O velho surgiu novo
Como se viu, tiraram tudo
Ainda deve piorar

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